Polícia ainda investiga motivo do crime que tirou a vida de advogado na Cidade Baixa

Suspeito do crime já foi detido

Local do crime, na Cidade Baixa./ Foto: Mauro Schaefer.

A Polícia Civil segue investigando a motivação do crime que tirou a vida do advogado Gabriel Pontes Fonseca, de 28 anos, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 26 de março. Na tarde desta quinta-feira, o suspeito foi detido no Morro da Cruz, na zona Leste da cidade. O delegado Paulo César Jardim ainda não tipificou o crime.

”Nada está descartado. Tudo é possível em uma investigação. Nós fizemos uma avaliação e o leque de possibilidades é muito grande. O tipo penal não me importa no momento. O que importa é que houve um evento morte. E esse evento está sendo analisado em todas as facetas. Continuamos, agora, o trabalho para descobrir a motivação do fato e outras circunstâncias. As 34 câmeras que estamos analisando devem nos ajudar em mais alguns detalhes”, comenta o delegado.

As câmeras auxiliaram a polícia a traçar os passos da vítima antes de ser morta. Gabriel almoçou com a mãe, por volta do meio dia e seguiu para o Foro Central, onde fez a retirada de alguns processos. Depois, por volta das 15h40, ainda ligou para namorada combinando um jantar naquela noite. O advogado ainda foi na lotérica fazer uma aposta e depois a um supermercado, local em que sacou dinheiro. A polícia destaca que Gabriel foi à Caixa Econômica Federal, mas não depositou a quantia de R$ 860 que havia retirado minutos antes.

O advogado seguia caminhando pela calçada da Cidade Baixa quando uma moto Honda CB 300, com o criminoso de capacete, estacionou perto. O suspeito, que tem pouco mais de 1,50m, abordou Gabriel e, conforme o relato de testemunhas, ordenava que a vítima lhe desse o que tinha. O advogado respondia ”não vou te dar. Eu não posso te dar”. Foi então que o criminoso atirou no chão e em seguida começou uma luta corporal com Gabriel, até disparar em seu peito. Já com a vítima caída no chão, o suspeito disparou mais uma vez e fugiu sem levar nada.

Durante as investigações, o delegado ouviu 15 testemunhas que estavam na rua ou assistiram a cena da janela de suas casas. Cinco delas identificaram o autor. Na segunda-feira, a Justiça decretou o pedido de prisão preventiva do criminoso.

A polícia, com base em informações preliminares, encontrou o suspeito junto com mais dois homens no Morro da Cruz. O criminoso ainda tentou fugir, mas foi capturado pelos policiais. Os outros dois possuíam antecedentes criminais, mas não têm envolvimento com o crime.

Durante o depoimento, o suspeito permaneceu em silêncio. O delegado Jardim disse que ele apenas confirmou que disparou no peito de Gabriel. Ainda conforme o delegado, o criminoso tem um perfil ”sério e brabo”. Ele vem de uma família inserida no crime, já que sua mãe deixou a cadeia recentemente, um dos irmãos foi morto aos 15 anos pelo tráfico e o outro é envolvido em furtos e também com o tráfico.

Crime no Rubem Berta

Durante a coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, o delegado Silvio Huppes deu detalhes sobre um outro crime, mas que aconteceu no bairro Rubem Berta, zona Norte de Porto Alegre, em 2 de março.

Na ocasião, um casal chegava em casa quando foi abordado por uma dupla de criminosos. Ao saírem do carro, os assaltantes anunciaram o crime e um deles ingressou no carro das vítimas. O homem gritou por socorro e seu filho, Fernando Nunes Machado, de 42 anos, saiu de dentro de casa e disparou contra o bandido que estava na calçada. Porém, ele não viu que um outro assaltante estava dentro do veículo. Neste momento, o criminoso disparou contra ele, que acabou falecendo.

O criminoso atingido foi encaminhado ao posto de atendimento da Bom Jesus e, depois, para o Hospital Cristo Redentor. Durante as investigações, ele alegava que também era vítima. Porém, com a perícia ficou comprovado que o sangue dele estava na cena do crime. Após ter recebido alta, a Justiça concedeu a prisão temporária.

O homem foi detido ontem. A polícia ainda busca outros dois suspeitos, que prestavam apoio ao crime.

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