Escolas da rede Marista amanhecem com segurança reforçada em Porto Alegre

Suposta ameaça de ataque a uma instituição do grupo deixou pais e alunos em alerta

Colégio Rosário, que pertence à rede Marista, teve segurança reforçada na manhã de hoje | Foto: Guilherme Testa / CP

Uma suposta ameaça de ataque a uma escola da rede Marista, divulgada nessa quarta-feira em grupos de WhatsApp, deixou professores, pais e alunos em alerta. Nesta quinta-feira, sete instituições do grupo amanheceram com segurança reforçada em Porto Alegre.

O Colégio Rosário, por exemplo, localizado no Centro da cidade, recebeu apoio de policiais militares e civis fortemente armados. Além disso, a própria escola designou mais seguranças particulares para proteger o local de um eventual ataque. Nas proximidades, uma viatura da Polícia Civil foi estacionada. Integrantes do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e da 1ª Delegacia de Polícia e Proteção à Pessoa foram deslocados até o Rosário.

Na imagem que circula em grupos de WhatsApp, o autor diz que está “cheio desses macacos do RS, dia 28 irão precensiar (sic) o maior troll no colégio marista em porto alegre (sic)”. No restante do texto o autor escreve: “alguem (sic) me venderia ou doaria balas para um bem maior, quando irei entrar na minha escola e matarei o maximo (sic) de pessoas possível.” Ele encerra prometendo cometer suicídio.” O texto acompanha imagens de uma arma, um revólver aparentemente calibre 38.

De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado e a imagem é de uma arma que circula na internet desde 2012. De acordo com o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos, André Anicet, a imagem leva a crer que se trata de uma falsa ameaça. Entretanto, a Polícia Civil está apurando os fatos e pede auxílio da população caso tenha alguma informação que possa auxiliar na investigação.

“A polícia civil está apurando os fatos e não descartamos nenhuma possibilidade a respeito da suposta ameaça. Ao que tudo indica é uma ameaça falsa, mas estamos apurando de forma técnica e quem tiver algum tipo de denúncia pode procurar, de forma anônima, o DEIC através do 0800 510 2828”, afirma.

Uma aluna, de 12 anos, disse que todos estão assustados com as ameaças. “Na minha turma, apenas oito pessoas vieram para a aula e eu acabei saindo mais cedo”, relatou. “Mas me sinto mais tranquila com a segurança policial”, acrescentou ela que estuda no sétimo ano.

O médico Paulo Copetti, de 50 anos, tem três filhas estudando no Colégio Rosário e se mostrou preocupado com a suposta ameaça. “A gente acompanhou a tragédia de Suzano e as que eventualmente ocorrem ao redor do mundo. Passa tudo isso pela cabeça e ficamos preocupados”, explicou.

Copetti comentou que a suposta ameaça circulou em grupos de WhatsApp e saudou o fato da direção do Rosário já estar a par dos fatos. “Ocorreu tudo ontem à noite. Entramos em contato com a direção e eles já estavam sabendo. Tem pais que são da Polícia Federal e da Brigada Militar e que já alertaram as instituições. A gente não sabe, às vezes pode ser só graça, alguém atrás de um computador, mas pode ser uma coisa séria”, ponderou.

Ufrgs e a ameaça de atentado

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) também foi alvo de ameaças de um atentado. Na ocasião, integrantes de um fórum da Deep Web mencionaram a hipótese de um ataque no Campus do Vale. Agentes da Polícia Federal e até da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) foram mobilizados. No dia seguinte, dia 21 de março, a segurança no local foi reforçada pela Brigada Militar. Alunos, porém, relataram preocupação com a ideia de um ataque na instituição.

Roca Sales

Há uma semana, uma adolescente, de 17 anos, foi apreendida como suspeita de orquestrar um ataque contra uma escola de Roca Sales, no Vale do Taquari. O alvo seria a Escola Estadual de Educação Básica Padre Fernando. Conforme o titular da Delegacia de Polícia da cidade, delegado Alex Assmann, ele foi acionado por uma professora. “Ela entrou em contato com a informação de que uma aluna teria uma arma e estaria planejando alguma coisa na escola”, explicou na ocasião.

A docente foi alertada por uma estudante, amiga da garota apreendida, que havia recebido mensagens via WhatsApp com fotos de uma arma de fogo e referências a um atantado. Na conversa, a denunciante questiona: “E aí tá indo na escola ou tu não vai?”. A outra responde: Tô indo… vou faze (sic) o massacre amanhã ”, justificando, na sequência, “que ficam me tirando toda hora”. Além da adolescente, uma pistola 9mm foi apreendida pela Polícia Civil.