Avança programa que identifica animais resistentes à Ceratoconjuntivite Bovina Infecciosa

Foto: Delta G

O programa de seleção genômica para identificar e selecionar animais da raça Hereford resistentes à Ceratoconjuntivite Bovina Infecciosa (CBI), desenvolvido em conjunto pela Conexão Delta G, Embrapa Pecuária Sul e GenSys, já tem os seus primeiros resultados. A CBI causa grandes prejuízos na criação de raças taurinas e suas cruzas, com custos elevados para o tratamento que nem sempre é efetivo, assim como a diminuição no ganho de peso e na produção de leite nos animais afetados.

O primeiro passo do programa consistiu na coleta de fenótipos relacionados à doença em touros e novilhas de sobreano da raça Hereford de integrantes da Conexão Delta G, com o objetivo de estimar parâmetros para a seleção genômica para resistência à CBI. De acordo com Fernando Cardoso, pesquisador da Embrapa, até agora o programa tem 1,08 mil animais com fenótipo e genótipo para a doença. Destaca que neste ano estão sendo avaliados mais 560 animais que, porém, ainda não foram genotipados. “Com esse número é provável que em 2019 tenhamos a primeira avaliação produzindo valores genéticos aprimorados pela genômica para os animais participantes do projeto e os seus pais, especialmente touros”, informa.

Na visão de Eduardo Eichenberg, presidente da Conexão Delta G, as DEPs Genômicas para Resistência à Ceratoconjuntivite Bovina Infecciosa contribuirão muito para a raça Hereford. A possibilidade de ofertar ao mercado, ainda esse ano, reprodutores com essa informação, assim como a possibilidade de apresentar essas DEPs para touros pais, com sêmen disponível em centrais de inseminação artificial, certamente estimularão muito a utilização de touros Hereford pelos produtores.

Além disso, aliada à informação genômica de Resistência ao Carrapato, também fruto de um projeto inédito da parceria entre a Conexão Delta G, Embrapa e GenSys, e às DEPs para Comprimento de Pelo, já comumente avaliadas pelos membros da Conexão, essa nova DEP Genômica para Resistência à CBI também permitirá a utilização da raça Hereford em projetos de cruzamento em regiões onde o desafio ambiental é maior, e, muitas vezes, impeditivo para a utilização de taurinas, como partes do Sul e a maioria do Brasil Central. Segundo Eichenberg, isso permitirá aos produtores dessas regiões alcançar uma maior rentabilidade através da produção de animais adaptados. “Ao mesmo tempo, esses animais são mais precoces, com tamanho ideal de carcaça e melhor remunerados pela indústria, que, em função de um mercado cada vez mais exigente, busca cada vez mais animais que produzam carne de qualidade, o que invariavelmente passa pelo Hereford”, avalia.