“Vamos seguir mesmo que adentre a madrugada”, diz juíza sobre júri de skinheads

Os três réus respondem por tentativa de homicídio qualificado; Crime aconteceu em 2005 no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre

Foto: Ananda Muller / Arquivo

O julgamento de mais três acusados de atacar um grupo de judeus, em 2005 no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, foi retomado nesta sexta-feira. Ontem, no primeiro dia de júri, a sessão durou quase 13 horas. Antes do inícios dos trabalhos, a juíza Cristiane Busatto Zardo afirmou que o júri deverá ser concluído mesmo que a sessão tenha que se estender até a madrugada de sábado.

“Minha intenção é levar esse júri inteiro mesmo que adentre madrugada de sábado. Essa também é a preferência dos jurados. Então nós vamos tocar e se tudo correr bem nós devemos terminar os trabalhos antes da meia-noite”, afirmou a magistrada.

A sessão foi aberta, por volta das 09h desta sexta-feira, com o interrogatório do réu Daniel Vieira Speck. Na sequência, foi a vez dos questionamentos ao terceiro réu, Leandro Comaru Jachetti. Nessa quinta-feira, foram ouvidas as vítimas, testemunhas de acusação e defesa, além do réu Marcelo Moraes Cecílio. Todos os três negam participação no crime.

O júri terá sequência durante a tarde com os debates entre defesa e acusação. A promotoria terá duas horas e meia para a acusação, dividida entre Ministério Público e assistência de acusação. As defesas dos réus também terão mais duas horas e meia para explanação. Ocorrerá ainda a réplica com direito a duas horas e mais duas horas de tréplica. Por fim, acontece a votação dos jurados e sentença é proferida pela juíza Cristiane Zardo.

Entenda o caso

Todos os réus em julgamento respondem por tentativa de homicídio qualificado. O crime ocorreu na noite de 8 de maio de 2005 no bairro Cidade Baixa. As vítimas, três jovens, usavam quipás e foram atacadas e feridas na esquina das ruas Lima e Silva e República. Os agressores estava dentro de um bar e foram para fora para começar as agressões.

O Ministério Público aponta que o grupo de denunciados integra uma organização criminosa nomeada de ‘Carecas do Brasil’, facção de Skinheads que apregoa preconceitos contra determinados grupos raciais e sociais, dentre eles judeus, negros, homossexuais e punks. Material de conteúdo neonazista foi exibido no plenário.