Os vereadores de Porto Alegre, que integram comissões permanentes da casa legislativa, irão solicitar formalmente ao prefeito Nelson Marchezan Júnior a criação de um comitê gestor para tratar os conflitos de interesses existentes no bairro Cidade Baixa. A criação do comitê está prevista no plano diretor da cidade e no decreto que regulamenta as atividades comerciais e de lazer na Cidade Baixa.
A decisão pelo encaminhamento do pedido de indicação ao prefeito foi realizada durante reunião das comissões de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) e Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), nessa terça-feira, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
O vereador André Carús afirmou que o encontro serviu para que diversos problemas fossem expostos pela sociedade. Barulho excessivo, sujeira acumulada nos dias de alta frequência de público, insegurança e irregularidades de estabelecimentos e venda ambulante foram alguns dos pontos demarcados nas falas dos representantes do bairro. Conforme Carús, o pedido de criação do comitê será formalizado até o final desta semana.
A presidente da Associação de Moradores Unidos da Cidade Baixa, Alexandra Conseco, que há 36 anos mora no bairro, destacou que o principal problema está na falta de atenção às demandas da comunidade por parte da prefeitura. Ela cobrou a revisão do decreto que estendeu o horário de funcionamento de bares e casas noturnas e afirmou que o bairro não comporta mais a quantidade de eventos que vem sendo liberados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Além dos parlamentares, o encontro contou com a participação de representantes do bairro Cidade Baixa através das associações de moradores, comunitárias e comerciantes. Integrantes do Ministério Público, Brigada Militar, Guarda Municipal e secretarias da prefeitura também estiram presentes.
No início do mês de março, durante três madrugadas seguidas, ruas do bairro Cidade Baixa registraram confrontos entre frequentadores e a Brigada Militar. Os incidentes ocorreram durante período de Carnaval. Moradores acionaram a polícia após tumultos que causavam pertubação de sossego e vandalismo.