A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional entregou na manhã de hoje (13), ao governo do estado do Rio de Janeiro, 18 caixas contendo 800 mil assinaturas cobrando uma solução completa do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, cuja execução completa um ano amanhã (14). Ainda hoje a entidade tem uma reunião com o governador Wilson Witzel, com a participação da mãe de Marielle, Marinete da Silva.
Antes da entrega das assinaturas, colhidas em todo o mundo, a Anistia Internacional fez um ato em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo. A diretora da entidade no Brasil, Jurema Werneck, explicou que, apesar da prisão, ontem (12), de dois acusados de terem executado o crime, ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre o caso.
“Vemos com bons olhos o primeiro passo dado, com a apresentação dos suspeitos de terem matado Marielle. No entanto, nós estamos aqui para dizer que existem muitas outras perguntas sem resposta. É preciso que as investigações continuem e responda quem mandou matar e respondam uma série de informações que se traduzem em situações preocupantes”.
A ativista citou a suspeita de que a arma usada no crime tenha sido extraviada da Polícia Civil e a munição da Polícia Federal, além das notícias de interferência indevida nas investigações e a participação de agentes do Estado.
A anistia cobra também que uma comissão independente acompanhe a apuração do caso. “Um mecanismo independente, feito de juristas e investigadores criminais sem qualquer vínculo com as polícias ou com o Estado brasileiro, que eles possam vir aqui e atestar para todos nós, para a Anistia Internacional, para a família de Marielle e de Anderson, para a sociedade do Brasil e do mundo, que tudo foi feito corretamente e os verdadeiros culpados sejam levados à Justiça”.