Blocos movimentam os foliões no Carnaval de Rua da Cidade Baixa

Evento este ano foi menor e com limitações, após associação de moradores entrar na Justiça

Carnaval de rua
Foto: Guilherme Testa/CP

O sábado dos foliões em Porto Alegre foi marcado pelo Circuito Cidade Baixa do Carnaval de Rua. A Banda DK, um dos blocos de rua mais tradicionais do bairro, e o Panela do Samba se apresentaram na rua da República. A concentração iniciou às 14h, mas as apresentações começaram efetivamente a partir das 15h e seguiram ao longo do dia. A expectativa dos organizadores é de um total de 15 mil pessoas. Neste ano as apresentações ficaram menores, tanto que no sábado o bloco não desfilou pelas ruas da Cidade Baixa, como tradicionalmente era feito em outros anos.

No ano passado, uma associação de moradores do bairro entrou com ação na Justiça para impedir a realização do evento. Graças a um acordo mediado pelo Ministério Público (MP) os blocos puderam ganhar as ruas do bairro, mas com uma série de limitações nas apresentações. Entre elas está o tempo, já que os blocos precisam encerrar as atividades até as 21h.

De acordo com o secretário adjunto de cultura, Leonardo Maricato, o objetivo neste ano é demonstrar que o evento pode acontecer dentro das normas previstas pela Justiça. “Se nos mantivermos dentro do acordo legal poderemos pleitear outras coisas para os próximos anos”, destacou Maricato.

O secretário adjunto ressaltou que o carnaval de rua tem ganhado outros espaços na cidade, como a Orla do Guaíba. Apesar disso, Maricato defende a permanência do evento no tradicional reduto boêmio da cidade. “O Carnaval não pode morrer na Cidade Baixa”, ressalta ao destacar a existência de blocos tradicionais, como o Areal da Baronesa e Maria do Bairro.

Entre as limitações impostas pelo MP está o limite de blocos, dois por dia. Com isso, nem o Areal da Baronesa e nem Maria do Bairros se apresentarão nos dias de folia. Para que a data não passe em branco, ambos farão um desfile no dia 9. Outra polêmica envolvendo o Carnaval de Rua se deu quanto ao pagamento dos músicos. De acordo com Maricato, o edital não previu cachê às apresentações porque isso poderia “encarecer demais”. Ele sinalizou que isso pode ser corrigido para 2020, já que um novo edital será estudado para o ano que vem. “Queremos melhorar o edital a cada ano.”

A falta de cachê não passou em branco durante o desfile do bloco. Do alto do carro de som, o vocalista da Banda DK deixou clara a insatisfação. “O bloco é com banda ao vivo, e não mecânico, mas a gente acredita que merecemos ser pagos.”

Pouco preocupados com as polêmicas, os foliões aproveitaram para tirar as fantasias do armário e pular ao som de marchinhas, funk, música pop, entre outros ritmos que marcaram o desfile. Cerca de uma hora após a apresentação iniciar, o público já alcançava a casa de 3 mil pessoas.

Mais dois blocos vão às ruas na terça-feira, quando o Circuito Cidade Baixa terá apresentação do bloco Rua do Perdão e Deixa Falar. A concentração do Rua do Perdão começa às 14h na Rua da República, em frente ao Teatro Túlio Piva. Já o Deixa Falar inicia o desfile na esquina da Rua da República com a Lima e Silva às 15h.