Justiça solta presidente da CNI na Operação Fantoche

Investigação mira organização criminosa que usa ONGs e empresas de fachada para contratos milionários

Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP

O presidente da Confederação Nacional da Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade, que havia sido preso na manhã desta terça-feira, em Brasília, foi solto no início da noite pela Justiça Federal em Pernambuco após audiência de custódia por videoconferência. Também foram postos em liberdade Ricardo Essinger (presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco), Francisco de Assis Gadelha (presidente da Federação das Indústrias da Paraíba), José Carlos Andrade (presidente da Federação das Indústrias de Alagoas), Hebron Costa de Oliveira (presidente e advogado do Instituto Origami).

A investigação, que cumpriu dez mandados de prisão temporária e 47 de busca e apreensão em seis estados, mais o Distrito Federal, mira organização criminosa que usa ONGs e algumas empresas de fachada para celebração, desde 2002, de contratos que chegam a R$ 400 milhões com Sistema S e o Ministério do Turismo. Do valor total dos contratos, R$ 398,5 milhões foram celebrados com o Sesi. O restante, que engloba cinco contratos de R$ 300 mil cada, foi firmado com o Ministério do Turismo.

Robson Andrade foi preso por ter liberado, via CNI, recursos para contratos suspeitos que estão em execução. A Polícia Federal comunicou que a CNI é a gestora do recurso e, por isso, Andrade é alvo. O principal foco da operação Fantoche é a empresa pernambucana Aliança Comunicação e Cultura.

O nome da operação foi inspirado nos eventos que, segunda as investigações, foram utilizados para viabilizar os desvios de recursos do Sistema S. Entre os eventos realizados pela Aliança que estão sob suspeita estão o Festival Internacional de Teatro de Objetos e o festival Sesi Bonecos do Mundo, que incentivam o teatro de animação, e o projeto Relix