Deflagrada 60ª fase da Operação Laja Jato, em São Paulo

Ofensiva apura lavagem de dinheiro envolvendo o repasse de quantias milionárias ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, deflagrou a 60ª fase da Operação Laja Jato, denominada Ad Infinitum, na manhã desta terça-feira. O objetivo é apurar a existência de método de lavagem de dinheiro envolvendo o repasse de quantias milionárias ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, por meio da atuação de operadores financeiros, entre os anos de 2010 a 2011. A intenção era de que a empresa patrocinasse campanhas eleitorais e efetuasse o pagamento de propina a agentes públicos e políticos no Brasil.

As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas dos próprios funcionários da Odebrecht e de doleiros investigados em fase anteriores da operação. Com isso, foi apurado que entre os anos de 2010 e 2011, um dos investigados mantinha, no Brasil,  cerca de 100 milhões de reais em espécie. Ao longo deste período, ele fez o repasse ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, possibilitando caixa para financiamento de campanha eleitorais e pagamento de propina a agentes públicos.

Para receber o dinheiro de volta, após o empréstimo ilícito, o investigado principal se valeu de cooperação de operadores financeiros que atuavam lavando dinheiro devolvidos
pela ODEBRECHT por meio de empresas e contas no exterior, justificando os recursos usados indevidamente.

Quarenta e seis policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão em 10
localidades, além de um mandado de prisão preventiva nas cidades de São Paulo, São José do Rio Preto, Guarujá e Ubatuba. Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba-PR.

O preso é um conhecido operador financeiro já indiciado em outras fases da Operação Lava Jato e suspeito de ter fornecido grande parte dos recursos para a empresa.  Ele será levado para a sede da PF em São Paulo e, posteriormente, trasladado para a Superintendência do Paraná, onde será interrogado.  Também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados.

O nome da operação remete ao fato de o caso parecer tratar de mais uma repetição do modo de atuação de alguns integrantes da organização criminosa, remetendo a um ciclo criminoso que nunca termina.