Em cerimônia realizada no sábado, na Vinícola Campestre, em Vacaria, o governador Eduardo Leite abriu oficialmente a colheita da uva no estado. Maior produtor nacional de uva e vinho do país, o Rio Grande do Sul deve colher neste ano um volume 10% menor em relação ao produzido em 2018, quando a safra foi de 663,2 milhões de quilos, conforme projeções do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Apesar do granizo que castigou os parreirais gaúchos, o vice-presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (AGAVI) e diretor da Vinícola Campestre, João Zanotto lembrou que algumas regiões do estado como a dos Campos de Cima da Serra a situação foi um pouco diferente.
“Nessa região o inverno foi bem rigoroso e não tivemos pedras, o que deve nos possibilitar uma safra de uva excelente esse ano, principalmente com as variedades merlot, sauvignon blanc e pinot noir, sendo as variedades que mais se adaptaram a essa região dos campos de cima da serra”. Apenas a região dos Campos de Cima da Serra, composta por 11 municípios, deve colher quase 30 milhões de quilos nesta safra.
Durante a visita às novas instalações da Vinícola Campestre, o governador reforçou a importância do setor primário: “A gente sabe que, especialmente no caso da uva, houve episódios complicados, até com queda de granizo, que afetaram a produção, mas o povo gaúcho, resiliente e com disposição para trabalhar, garante ainda assim uma safra importante. Portanto, a gente está aqui para celebrar essa capacidade de superação e valorizar quem produz para o nosso estado”.
Os parreirais ocupam quase 50 mil hectares no Rio Grande do Sul, responsável por 90% da produção nacional. A atividade movimenta R$ 3,5 bilhões por ano no estado e envolve diretamente 15 mil famílias de pequenos agricultores. Já são 138 tipos de uva cultivadas.
Herbicida 2,4d
Os representantes dos produtores de uva aproveitaram do governador Eduardo Leite, do vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, e do secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, para pedir soluções sobre os problemas enfrentados com o herbicida 2,4d.
A presença do herbicida 2,4d, utilizado pelos produtores nas lavouras de soja, que vem afetando a produção vitivinícola do Rio Grande do Sul. O Estado já garantiu a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir o tema e avalia a elaboração de uma nova legislação. Na segunda-feira, uma reunião na Assembleia Legislativa do RS terá esta pauta como tema central, com entidades e autoridades políticas.
Essas culturas representam o potencial não só da região, mas de todo estado. Por isso, estamos planejando políticas de governo que possam dar todas as ferramentas para apoiar os setores”, afirmou o secretário de agricultura, Covatti Filho.