“É prematuro dizer que vagas dos Mais Médicos foram preenchidas”, diz presidente do Cosems

Para Diego Espíndola uma análise da ocupação das vagas do programa poderá ser feita daqui a 60 dias

Foto: Agência Brasil

O presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS), Diego Espíndola, disse que é prematura a informação do Ministério da Saúde de que todas as vagas do programa Mais Médicos foram preenchidas. Na última quarta-feira, o governo federal havia anunciado que as últimas vagas do programa haviam sido ocupadas por profissionais brasileiros formados no exterior. Para Espíndola, uma melhor análise da situação poderá ser feita daqui a dois meses.

“Nós vamos poder dizer para o Ministério da Saúde que essas vagas foram preenchidas daqui a 60 dias, quando o médico se colocar na rede e achar que ele quer trabalhar naquela comunidade. Antes disso, é prematuro dizer que as vagas estão preenchidas e o problema está resolvido”, avaliou.

Segundo o presidente do Cosems/RS, o problema é que os profissionais se inscrevem para trabalhar nos municípios, mas não ficam ou nem se apresentam no local. De acordo com Espíndola, muitos médicos sequer sabem a realidade do que é trabalhar numa Unidade Básica de Saúde e quando se deparam com as dificuldades em ocupar uma posição acabam desistindo.

“Uma coisa é quando o governo diz que foram procuradas essas vagas e médicos se dispuseram a ir para esses municípios. A outra opção, e que vai ser no segundo momento, é se realmente esse médico vai se apresentar e vai ficar nesse município. Essa é a nossa preocupação, porque muitos médicos do primeiro edital, eles chegaram na Unidade de Saúde lá no município e viram que o perfil deles não era na Estratégia de Saúde da Família, que não era estar numa cidade longínqua, onde os médicos chegam lá e ainda precisam andar até 70 km em área de estrada de chão, sem internet”, explicou.

O Ministério divulgará na próxima terça-feira, dia 19 de fevereiro, a lista completa com a localidade onde os médicos brasileiros formados no exterior trabalharão. Os candidatos selecionados deverão se apresentar nas cidades escolhidas para trabalhar até o dia 22 de fevereiro. Aqueles que não tiverem o Registro do Ministério da Saúde (RMS) realizarão um módulo de acolhimento, durante o qual assistirão aulas e serão avaliados pela coordenação nacional do programa.