A União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (UMESPA) confirmou que prepara um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na Capital. Uma reunião da entidade será realizada na tarde de hoje para definir a data e os rumos do movimento. Ontem, a Prefeitura encaminhou ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) o cálculo da tarifa de ônibus de Porto Alegre. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) admite que a passagem pode subir de R$ 0,40 a R$ 0,45 em relação ao valor cobrado atualmente, que é de R$ 4,30.
A presidente da UMESPA, Vitória Cabreira, classificou como absurda a projeção de aumento da tarifa e disse que essa não é a solução para melhorar o transporte público da Capital, tendo em vista que as pessoas estão deixando de utilizar os ônibus cada vez mais. “Pra gente é um absurdo o valor que eles estão propondo para a tarifa, justamente porque hoje nós temos um sistema que não tem qualidade alguma. A qualidade não corresponde a esse valor. A gente acha que o real problema do transporte público é que as pessoas estão deixando de usar ônibus. O certo não é aumentar a passagem e sim combater o real problema do transporte. A gente vai fazer o possível para tentar barrar esse aumento”, afirma a estudante.
Ainda segundo a dirigente da UMESPA, um protesto contrário ao aumento da passagem e em defesa do meio passe estudantil será realizado nos próximos dias. Uma reunião, hoje, definirá a data e a forma do manifesto. “Hoje, estaremos reunindo a diretoria da entidade para definir quais os próximos passos que a Umespa estará tomando, mas com certeza vamos fazer um ato contra o aumento da passagem. A gente já foi contra, por exemplo, no valor do ano passado e, além disso, temos a questão do meio passe do estudante que a prefeitura usa como desculpa dizendo que o benefício impacta 10 centavos na tarifa”, ressalta.
Assim como no ano passado, foram enviadas duas possibilidades de cálculo para deliberação do Conselho. A primeira se baseia na chamada tarifa ordinária, com os cálculos previstos em lei, o que resulta em um valor de R$ 4,75. A segunda leva em consideração a projeção de um desconto, resultado da lei que extinguiu a gratuidade para idosos de 60 a 64 anos que ainda não tenham o cartão TRI. Nessa segunda possibilidade, a tarifa projetada é de R$ 4,70. Nas duas alternativas, o valor fica abaixo do defendido pelas empresas de ônibus, que era de R$ 4,78.
Após o recebimento do cálculo, o Comtu tem sete dias para avaliar e votar pela aprovação ou não do novo valor da passagem. Se não for aprovado, pode haver uma nova discussão. Se aprovado, o reajuste retorna para o Executivo para sanção do prefeito Nelson Marchezan Jr.
