Centrais sindicais fazem protesto em Porto Alegre contra a Reforma da Previdência

Manifestação ocorreu na Esquina Democrática, na tarde desta quinta-feira

Centrais sindicais lideradas pela Central Única dos Trabalhadores protestaram, nesta quinta-feira, na Esquina Democrática, em Porto Alegre, contra a proposta da Reforma da Previdência, que prevê fixar idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, além de um período de transição de 12 anos. Centenas de sindicalistas e lideranças políticas criticaram a iniciativa e afirmaram que o déficit da Previdência não existe. A manifestação terminou com um abraço simbólico ao prédio do INSS, no Centro.

No ato – que antecede a Assembleia Nacional dos trabalhadores, na próxima quarta-feira, em São Paulo – os trabalhadores exigiram cortes na política de renúncia fiscal e nas desonerações da folha de pagamento.

Vice-presidente da CUT-RS, Marizar de Melo adiantou que as manifestações devem continuar nos próximos dias em todo o país. Conforme o dirigente, a categoria pretende convocar os trabalhadores para entrar em greve e barrar a reforma. Melo reiterou que a Previdência não é deficitária. “O que há de problema na Previdência é que o governo deixa de cobrar de quem deve grandes quantias para a Previdência, como empresários, banqueiros, e tenta transferir para a população brasileira”, afirmou.

Presidente da Federação Democrática dos Trabalhadores na Indústria do Calçado no Rio Grande do Sul, João Batista Xavier da Silva alertou que a medida pode prejudicar os servidores do setor, que são 242 mil no Rio Grande do Sul. Silva disse que a proposta do governo é um “retrocesso” e vai atingir diretamente os trabalhadores do setor. “Não vai ter emprego para os trabalhadores acima de 65 anos nos setor da indústria do calçado. Não podemos admitir que o governo faça a reforma da Previdência nesses moldes”, frisou.