Goleiro Bruno é condenado por falta grave e fica mais tempo em regime fechado

Vídeo mostra que ex-jogador frequentou bar, na companhia de duas mulheres, em horário de expediente

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Flagrado em um bar na companhia de duas mulheres, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, condenado pela morte de Eliza Samúdio, perdeu o direito de trabalhar fora da prisão. Ele também pode ser transferido para uma prisão de regime mais duro. Uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha (MG), dada nessa segunda-feira, considerou que o detento cometeu falta grave ao frequentar o bar e determinou que ele permaneça em regime fechado. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A decisão judicial prevalece sobre o processo administrativo que apurou o caso, no qual Bruno havia sido absolvido. A defesa do jogador vai entrar com recurso.

Conforme o processo, Bruno frequentou o bar, na companhia de duas mulheres, durante o horário de trabalho externo na Associação de Proteção e Amparo ao Condenado (Apac), de Varginha, onde cumpre pena. A Apac é um modelo de prisão humanizada em que os presos obedecem a regras menos rígidas que no sistema convencional.

Um vídeo, divulgado em outubro de 2018, mostra que havia uma lata de cerveja sobre a mesa, embora não deixe claro se o detento consumia a bebida. Bruno também usou um celular para marcar o encontro – o uso dos equipamentos é proibido.

O juiz Tarciso Moreira de Souza disse na decisão que o próprio Bruno reconheceu ter usado o celular de um encarregado da unidade para receber a ligação de uma das mulheres.

Além de revogar o trabalho externo, o juiz considerou que o reeducando “traiu os ideais da Apac” e determinou que seja oficiado à direção da unidade e à pasta estadual de administração penitenciária que Bruno deve ser transferido para um presídio da comarca de Belo Horizonte. O advogado de Bruno, Fábio Gama, disse que a decisão que reconheceu a falta grave é “absurda” e vai usar o prazo legal para entrar com recurso.

Caso Eliza Samúdio

Ex-goleiro do Flamengo, Bruno cumpre pena desde 2010, condenado pelo homicídio de Eliza Samúdio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. As penas somaram 20 anos e 9 meses de prisão. Desde abril de 2017, ele passou a pagar a pena na unidade da Apac de Varginha.