Uma comitiva com representantes de todos os estados do país vai a Brasília, na próxima terça-feira, para tratar do Programa Mais Médicos com integrantes do Ministério da Saúde. O presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS), Diego Espíndola, confirmou a agenda em entrevista ao programa Guaíba News, da Rádio Guaíba, nesta quinta-feira.
Nesta semana, a coordenadora do programa, Mayra Pinheiro, informou que o governo federal pretende encerrar o Mais Médicos, lançado em julho de 2013 pela gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Espíndola disse que entrou em contato com integrantes do Ministério para buscar mais informações sobre o assunto, ainda não divulgadas oficialmente. Para o presidente do Cosems/RS, mesmo que o programa não venha a terminar, é preocupante a falta de profissionais para atender a população.
Médicos cubanos ligados ao Mais Médicos começaram a deixar o programa em meados do mês de novembro. No total, mais de 8,3 mil profissionais da ilha caribenha deixaram o Brasil após o governo de Cuba romper o contrato em função de críticas do presidente Jair Bolsonaro. No RS, 149 municípios seguem aguardando a reposição das vagas em aberto.
Segundo Espíndola, em muitos deles, médicos brasileiros assumiram o posto, mas desistiram após perceberem que a função tinha um perfil diferente do esperado. “A gente sabe que médicos brasileiros ainda não têm o perfil de médicos sanitaristas ou de Saúde da Família. Isso se vê em médicos de outros países, como os cubanos, que eram médicos cooperados. E a gente vai ter que ter uma ferramente para que se contemplem essas vagas que, até o momento, não foram preenchidas. Quem está sofrendo é o usuário na ponta, junto com os municípios, que oferecem a atenção básica para o país”, sintetizou.