MP pede proibição de Guaidó sair da Venezuela e bloqueio de bens

Ações cautelares serão julgadas pela Corte Suprema

Juan Guaidó/Redes Sociais/Direitos Reservados

O procurador-geral da Venezuela, Tareck William Saab, pediu hoje ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) para proibir o presidente interino Juan Guaidó de deixar o país, assim como o congelamento de contas bancárias e a alienação de bens em nome dele. As ações cautelares serão julgadas pela Corte Suprema.

No pedido, o procurador Saab sustenta que Guaidó é o responsável por fatos ocorridos no último dia 22 que “prejudicaram a paz da República, a economia e o patrimônio nacional”.

O promotor acrescentou que o Ministério Público também concordou em iniciar uma investigação preliminar contra Guaidó, apontado como responsável pela violência nos protestos deflagrados nos últimos dias contra o presidente Nicolás Maduro.

No último dia 23, Guaidó se autoproclamou o presidente interino da Venezuela, prometendo anistia aos militares que abandonarem Maduro, e melhorar a qualidade de vida do país, restabelecendo a democracia e a liberdade. Maduro reagiu, afirmando que ele é o presidente da República. Países, como o Brasil, os Estados Unidos e Israel se manifestaram a favor de Guaidó.

Alerta
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para a “crescente tensão” na Venezuela. Segundo dados da entidade, 5 mil pessoas vêm deixando o país por dia, exigindo proteção internacional. De acordo com informações da ONU, pelo menos 20 pessoas morreram supostamente atingidas em meio aos protestos dos últimos dias.

O porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville, disse que as informações sobre os mortos foram transmitidas por “fontes locais credíveis”. Segundo ele, há relatos de feridos por balas, chumbo e balas de borracha.

De acordo com Colville, mais de 350 pessoas também foram detidas nos recentes protestos, incluindo 320 apenas no dia 23 de janeiro. Há também informações de invasões em algumas das áreas mais pobres de Caracas, onde pelo menos 180 protestos ocorreram ao longo da última semana.