“Ninguém vive seguro diante de ameaças”, sustenta Freixo, sobre Jean Wyllys

Deputado federal eleito considerou decisão corajosa e relatou que não é fácil viver com escolta

Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Diante da decisão do deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) de desistir do mandato e deixar o Brasil por questões de segurança, o deputado federal eleito Marcelo Freixo, mostrou-se solidário com as motivações do colega de bancada. “Ninguém vive seguro diante de ameaças. Eu convivo com ameaças há dez anos e ando com escolta por conta disso. Não é uma coisa fácil”, afirmou, em entrevista à Rádio Guaíba, nesta sexta-feira.

“É compreensível que a pessoa não queira viver assim. Jean sofre com casos isolados de ódio e a gente está com um governo que estimula e alimenta isso”, observou Freixo, que manifestou a apoio à decisão.

Conforme o deputado, a desistência de Wyllys em assumir o terceiro mandato na Câmara reflete uma crise profunda no Brasil. “A gente tem que respeitar porque é uma decisão pessoal dele. É uma decisão corajosa do Jean abrir mão do próprio mandato, que é um caminho contrário do que as pessoas fazem, elas fazem de tudo para manter. Já outras pessoas fazem deboche e tripudiam um momento como esse que é muito crítico para a democracia brasileira”, complementou.

“É preciso cuidar da vida”

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, em março de 2018, despertou um alerta para o PSol sobre a vida dos parlamentares, lembrou Freixo.

“Desde o episódio de Marielle, mostrou-se uma razão concreta que é preciso cuidar da vida. O crime vai completar 11 meses sem solução e a gente precisa falar disso. A vida dela não é mais importante que a de ninguém, mas o crime foi feito por um grupo contra uma pessoa, e isso pode acontecer com qualquer um que não seja político”, afirmou.

“É uma vergonha 11 meses depois não ter sido esclarecido. Não podemos abrir mão de respostas”, completou.