Em sessão extraordinária, OEA defende eleições livres na Venezuela

Declaração cobra segurança para presidente interino, Juan Guaidó; Maduro fecha embaixada dos EUA

Foto: Miraflores Palace/Direitos Reservados

A sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos, que discutiu hoje a situação da Venezuela, reuniu maioria favorável à realização de “eleições livres, justas e transparentes” e interinidade de Juan Guaidó na Presidência da República. Porém, também foram lembrados aliados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como México e Uruguai.

Por sugestão dos Estados Unidos, a OEA aprovou uma declaração que exige garantias de segurança para o presidente interino. O documento é subscrito por Argentina, Bahamas, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Haiti, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.

Na sessão, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ressaltou a importância de se preservar a integridade física de Guaidó. Pompeo informou que os Estados Unidos enviaram aproximadamente US$ 20 milhões de ajuda humanitária para a Venezuela. Segundo ele, o apoio financeiro é para tirar as pessoas do sofrimento em que vivem.

O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, disse que o principal propósito da entidade deve ser “acabar com a usurpação” do poder, em uma referência, sem citar nomes, ao governo de Maduro. Ele apelou para que os governos declarem “ilegítima” a reeleição do presidente, que tomou posse em 10 de janeiro.

Ao final, representantes de países que abriram apoio a Guaidó rechaçaram os episódios de violência durante os protestos registrados em Caracas e várias cidades do país. Organizações não governamentais informaram que pelo menos 14 pessoas, com idades entre 16 e 47 anos, foram mortas nas manifestações.

Maduro fecha embaixada e consulados nos Estados Unidos
Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a embaixada do país em Washington e todos os consulados no território norte-americano. A decisão decorre do rompimento das relações políticas e diplomáticas com o governo de Donald Trump.

Maduro anunciou a decisão da sede da Suprema Corte de Justiça, em Caracas. Segundo ele, os diplomatas venezuelanos que estão nos Estados Unidos vão retornar à Venezuela até sábado.

O presidente da Venezuela disse que o país não é um “enclave colonial”. Ele agradeceu o apoio e a solidariedade que recebeu.

“Eu sou muito grato aos movimentos sociais, movimentos de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos. Sou grato por terem sido implantados. Ontem à tarde, vieram dezenas de cidadãos americanos com bandeiras contra o golpe na Venezuela, contra Donald Trump “, disse.