O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursou hoje, da janela do Palácio Miraflores, sede do governo, em Caracas, acompanhado da mulher e assessores. Ele falou para manifestantes favoráveis a ele, que se mantêm em torno do edifício. O venezuelano disse que vai se manter no poder e resistir ao que chamou de tentativa de golpe e batalha contra a guerra econômica. Maduro discursou segurando uma bandeira da Venezuela.
Com um discurso emocional, ele ressaltou ter sido eleito legitimamente e anunciou o rompimento das relações políticas e econômicas com os Estados Unidos. “Governar cada vez mais das ruas e perto do povo para resolver todos os assuntos”, disse. “Peço a todos, vamos fortalecer a legitimidade e o poder do Estado em defesa da paz e da democracia venezuelana.”
O discurso de Maduro ocorreu pouco depois de o deputado federal Juan Guaidó se declarar presidente interino da Venezuela. Guaidó jurou promover eleições e trabalhar pela queda de Maduro durante as manifestações de hoje em Caracas. Pelo terceiro dia consecutivo, a Venezuela vive sob a tensão de protestos contra o governo.
Diante da pressão, Maduro convocou simpatizantes a sair às ruas: “Leais sempre, traidores nunca”. Ele relembrou a história política, dizendo ter se formado “nos bairros de Caracas e nas assembleias de trabalhadores”, em uma referência indireta a Guaidó, que além de ter feito dois cursos superiores, é pós-graduado.
No discurso, Maduro chamou o povo venezuelano a manter a mobilização para defender a ameaça de golpe. Ele criticou o que chama de “invisibilização do povo bolivariano” pelos meios de comunicação do país e de fora dele.
“O povo é o único que elege presidente na Venezuela. Só o povo pode, só o povo tira”, completou.
