Em protesto, funcionários de três setores do Hospital de Clínicas paralisam hoje as atividades

HCPA afirmou, em nota, que paralisação não gera prejuízos nos atendimentos do hospital

Mobilização de funcionários acontece no saguão de entrada do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Foto: Sindisaúde-RS/Divulgação

Funcionários do Hospital de Clínicas de Porto Alegre realizam um manifesto, na manhã desta quarta-feira, no saguão de entrada da instituição. A paralisação organizada pelo Sindisaúde-RS foi definida em assembleia dos servidores e é motivada pela retirada dos adicionais de insalubridade e periculosidade de mais de 200 trabalhadores dos setores de creche, lavanderia e refeitório. A mobilização seguirá até as 14h.

Segundo o secretário-geral do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, esses três setores compõem os funcionários que se encontram predominantemente na faixa dos salários mais baixos do hospital e que a retirada desses direitos causa enorme impacto no orçamento dessas pessoas. O ato visa a pressionar a gestão para que abra negociações com o Sindisaúde-RS e os trabalhadores.

“Esse valor é irrisório para o hospital, mas representa enorme impacto no orçamento dessas pessoas. Basta uma conta simples: o Clínicas tem um orçamento de cerca de R$ 1,4 bilhão ao ano. Se a retirada, em média, for de R$ 200 de cada um dos cerca de 200 funcionários afetados pela medida, são mais ou menos R$ 40 mil mensais que a gestão quer cortar na carne dos seus empregados. Esse valor é menor que 0,003% do orçamento da instituição”, explica o secretário-geral.

Conforme o Sindisaúde-RS, caso não haja abertura de uma mesa de diálogo por parte da direção do hospital, uma greve poderá ser deflagrada. Na próxima semana, ainda sem data, uma reunião dos funcionários com o sindicato vai definir os próximos passos da categoria.

Em nota, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre disse que a população que procura a instituição não está sendo prejudicada tendo em vista que a casa de saúde já havia se organizado para manter os atendimentos dos setores paralisados. O comunicado explica ainda que a instituição é gerida pelo governo federal e que auditorias e readequações foram feitas conforme critérios legais estabelecidos pelo Ministério do Trabalho. Sobre a manifestação, a instituição disse respeitar o direito de livre manifesto e reforça a manutenção da prestação dos serviços essenciais.

Confira a nota do HCPA na íntegra:

Como instituição pública federal, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é periodicamente auditado por órgãos externos de fiscalização como Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Tribunal de Contas da União (TCU) que monitoram as atividades do hospital. Neste contexto, foram realizadas auditorias sobre os adicionais de insalubridade e periculosidade quanto ao atendimento de critérios técnicos e legais previstos na Portaria nº 3.214/78, do Ministério do Trabalho e nas Normas Regulamentadoras nº 15 e 16, quando se constatou a necessidade de readequação de alguns postos de trabalho. Em relação ao ato de protesto anunciado para esta quarta-feira (23), reiteramos nosso respeito ao direito de manifestação e reforçamos sempre a manutenção da prestação de serviços essenciais. O HCPA estará organizado nesta data para atendimento pleno sem prejuízo à população.