As seis mortes oriundas de três crimes diferentes em Triunfo, na região Metropolitana de Porto Alegre, no início do ano, causaram pânico nos cerca de 25 mil habitantes do município, mas a polícia trata os casos como eventos circunstanciais. “A população fica preocupada, porque não é algo comum por aqui, há uma sensação de insegurança, mas, na verdade se trata, de uma questão de estatística”, afirma o titular da Delegacia de Polícia da cidade, delegado Lúcio Machado de Melo. Ele explica que não teme um crescimento exponencial no número de homicídios durante 2019, mas não descarta a possibilidade de pedir reforços para garantir a manutenção da ordem pública.
“Eu prefiro não dizer quantos homens temos, mas é quase a metade do efetivo. Mais policiais ajudariam muito a combater a criminalidade, porque não existe segurança sem investimento humano. Pode investir o quanto quiser em tecnologia, mas é necessário policial na rua”, defende. Conforme Melo, ele estuda solicitar auxílio para avançar na solução dos crimes. “Precisamos de gente para a investigação, na parte administrativa, talvez pegar alguns policiais para atuarem em campo também”, diz.
Sobre os casos, o delegado garante que não há ligações entre eles. O primeiro deles é também o mais emblemático, uma chacina que resultou na morte de uma mãe de 52 anos e três filhos de 21, 28 e 30 anos, na localidade de Barreto. Todas as vítimas foram esfaqueadas. Um vizinho, suspeito de ser o autor do crime, acabou sendo preso dias depois. “Já está com autoria e motivações determinadas, e o inquérito será encaminhado ainda hoje para o Fórum. Por isso não posso dar mais detalhes”, comentou.
O segundo assassinato ocorreu no dia 14, quando um idoso de 61 anos foi baleado e morto na localidade de Tapera Queimada. O crime ocorreu na rodovia TF 130, quando a vítima se deslocava de bicicleta. O mais recente foi registrado no domingo. Um homem de 55 anos foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, ao lado de sua bicicleta na BR 470. “Apesar dessa coincidência de os dois estarem com suas bicicletas, não vemos relação. Trabalhamos com diversas linhas de possibilidades. Estamos verificando a autoria de um dos casos e não descartamos que tenham sido tentativas de latrocínio frustradas”, concluiu.