Mais de 50 dias após a conclusão do Acordo de Saída, que estabelece as condições de saída do Reino Unido da União Europeia, o Parlamento britânico rejeitou hoje o Brexit proposto pela primeira-ministra, Theresa May. Dos 600 parlamentares, 423 deputados reprovaram a medida e apenas 202 autorizaram a proposta.
O Parlamento debate amanhã uma moção de censura ao governo, apresentada pelo Partido Trabalhista. Com a decisão, o futuro de Theresa May é considerado incerto, pois o acordo proposto, além de rejeitado pela maioria, obteve votos também de partidos que tradicionalmente permaneciam ao lado dela.
A primeira-ministra britânica anunciou que o governo merece a confiança da Câmara dos Comuns (Parlamento), mesmo com o resultado da votação desta terça-feira. “Sempre acreditei que a melhor solução é uma saída ordenada”, disse Theresa May. Pela legislação britânica, existe a possibilidade de que ela seja mantida no cargo.
Reações
Para o deputado Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, que anunciou a moção de censura, é a derrota mais pesada do governo no Parlamento em 100 anos. Há um movimento no Reino Unido que defende um novo referendo para perguntar à sociedade britânica sobre a saída da União Europeia.
Em Londres, capital do Reino Unido, muitos saíram às ruas em apoio à decisão do Parlamento e em comemoração à rejeição do Brexit.
A expressão Brexit reúne os termos British mais Exit, ou seja, “saída britânica”, e é utilizada para designar a retirada do Reino Unido da União Europeia.
Impactos
A data prevista, inicialmente, para implementar o Brexit, era de 29 de março de 2019 a 31 de dezembro de 2020. Nos termos do acordo técnico, o período de transição pode ser prolongado, mas apenas por uma vez e por um ou dois anos, no máximo, até ao final de 2022. O prolongamento deve ficar decidido pelas partes até 1º de julho de 2020.
* Com informações da RTP, emissora pública de televisão de Portugal
