“A la pucha, tchê, não se assustemo que no perigo a bala vem nóis se abaixemo”!

"Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção". Foto: Arquivo CP

Quando eu era guria pequena lá na minha Rainha da Fronteira, interna em colégio de freiras, aos fins de semana ia para a chácara do meu pai, lá na Arvorezinha, e entre debulhar milho à luz de lampião, dormir em catre, ir buscar água na sanga com o petiço pipeiro, tirar passarinhos do ninho pra trazer pro galpão achando que estava fazendo uma boa ação, a melhor das nossas brincadeiras era brincar de bandido e mocinho. Saíamos a cavalo, donos do mundo, imaginando as pradarias dos filmes de cowboy, os índios nos espreitando por entre os cerros, nós ativos e ousados, municiados de nossos bodoques, e… dois revólveres d´água nos coldres.

Já se passaram muitos anos da minha infância até os dias de hoje… Os tempos são outros.
O presidente Jair Bolsonaro concretizou, hoje, uma de suas principais bandeiras durante a campanha eleitoral. Foi assinado o decreto que facilita a posse de armas. Por essa medida, os brasileiros ficam restritos a utilizar armas de fogo apenas para defesa de suas residências ou comércios.

Em outros países, como a Argentina a lei restringe bastante o uso. Desde 1996, está proibida a venda de armas semi-automáticas e foi restringida a concessão de porte de arma. No Canadá, armas automáticas e semi-automáticas são proibidas. Para comprar uma arma, o cidadão precisa fazer um treinamento e apresentar um documento provando que o cônjuge concorda.

Já nos Estados Unidos, os estados são autônomos para legislar sobre o assunto. Em alguns deles, como Massachusetts, a venda e o porte de arma são proibidos. No entanto, na maioria, o uso e a venda de armamentos pessoais são permitidos.

Na França, armas de uso pessoal são proibidas, apenas armamentos de caça são permitidos. Porém, no Japão, a venda e o uso de armas são proibidos. Realmente, os tempos realmente são outros… e o meu revólver d´água está carregado, carregado sim, mas de lembranças de um passado distante… onde a gente era feliz… e sabia.

Tô de malas prontas. Vou embarcar pro outro lado do oceano: países entre os mais pacíficos do mundo baniram armas para uso pessoal. É o caso do Japão, onde a taxa de homicídios é de 0,3 por 100 mil habitantes. (No Brasil, há oito armas a cada 100 mil habitantes e a taxa de homicídios é de 20 por 100 mil). Saionara!