O Ministério Público vai recorrer de uma decisão judicial que determinou a soltura do cirurgião plástico Cleber Antonio Nogueira Santos, de 69 anos, preso em flagrante, em julho do ano passado, por ter tentado abusar sexualmente de um adolescente de 14, em Porto Alegre. O crime ocorreu em um condomínio no bairro Menino Deus, na Capital.
Em decisão publicada na semana passada, o juiz substituto da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre alegou que, apesar de o crime ser gravíssimo, o idoso deve ser mantido solto em função de problemas de saúde. Já a promotora de Justiça Cláudia Lenz defende a manutenção da prisão do médico.
A prisão em flagrante, pela Brigada Militar, ocorreu após vizinhos chamarem a Polícia porque ouviram gritos vindos do apartamento do médico e notaram que o jovem fazia menção de jogar de uma janela. Depois que os policiais chegaram ao local, o médico abriu a porta e a vítima saiu correndo, seminua.
O garoto relatou ter sido abordado em uma parada de ônibus próximo à avenida Osvaldo Aranha, na região Central. De acordo com ele, o médico ofereceu comida e dinheiro para ele entrar no carro. No apartamento, segundo o adolescente, o idoso investiu contra ele. A denúncia, apresentada ainda em julho, se baseia no depoimento do jovem e no exame de corpo de delito. Para o MP, o homem cometeu crime de tentativa de estupro.
O magistrado determinou a soltura, mas proibiu o cirurgião de se afastar de Porto Alegre e o obrigou a entregar o passaporte, em 24h. A decisão também o proíbe de se aproximar da vítima e de acessar o prédio onde ocorreu o crime. O médico deve ficar em casa, entre 20h e 8h, além de comparecer mensalmente em juízo para informar as atividades e comprovar que cumpre as orientações de um tratamento médico ao qual se submete.