Após seis horas de protesto, motoristas de aplicativo de Porto Alegre começaram a dispersar e voltaram às atividades. A paralisação começou perto das 8h, com uma carreata a partir do largo Zumbi dos Palmares. À tarde, por volta das 13h, eles seguiram a pé até a a sede da empresa Uber, que fica avenida Padre Cacique, e depois seguiram pela Edvaldo Pereira Paiva. Brigada Militar e a EPTC acompanharam a manifestação, orientando o trânsito. Durante o protesto, os manifestantes exibiram sacos brancos representando os corpos de colegas mortos em trabalho.
O presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma), Joe Moraes, defendeu um cadastro mais rigoroso dos usuários das plataformas e reiterou o pleito para que o condutor tenha a liberdade de aceitar ou não o pagamento da viagem em dinheiro. “Nosso objetivo é segurança”, enfatizou. “Nosso pedido é de que o passageiro seja efetivamente identificado. O atual cadastro é falho”, observou.
Moraes lamentou que uma série de dispositivos da lei de regulamentação do serviço de transporte individual de passageiros em Porto Alegre permaneça suspensa pela Justiça, incluindo itens de interesse da categoria. De acordo com o levantamento da entidade, cinco motoristas de aplicativos morreram, sem contar os que ficaram feridos em assaltos, só nos últimos seis meses.
Na sexta-feira passada, a Polícia Civil identificou dois adolescentes como os autores dos disparos que feriram um motorista de aplicativo em Gravataí. No assalto, o condutor levou três tiros, mas sobreviveu. Ele não reagiu ao assalto. O ataque ocorreu na ERS 118.
Já em Viamão, o motorista Antônio Everton Pereira dos Santos, de 21 anos, morreu baleado na última quinta. O crime é tratado como latrocínio. A vítima, que levou um tiro na cabeça, teve o corpo encontrado dentro do Chevrolet Cobalt, na rua Ramiro Cardoso de Fraga, na Vila Augusta. Três pessoas, dois homens e uma mulher, foram vistos abandonando o veículo, que colidiu contra uma árvore.
No início do mês, em um dos casos que mais repercutiu, o motorista de aplicativo Paulo Junior da Costa, de 22 anos, teve o corpo sepultado em Guaíba, também na região Metropolitana. O jovem havia desaparecido, em 31 de dezembro, quando fazia uma corrida pelo Uber. A Polícia localizou o corpo em Laguna, no litoral de Santa Catarina.