O secretário do Esporte do Rio Grande do Sul, João Derly (PRB), elencou como prioridade revisar a prestação de contas de programas executados no setor. Desde 2012, mais de R$ 210 milhões foram investidos para fomentar as atividades esportivas, mas os contratos não foram fiscalizados, segundo Derly. Em determinados casos, de acordo com ele, programas foram renovados por cinco oportunidades, sem revisão fiscal, a maioria firmada via programa Pró-Esporte.
“Nós temos um passivo enorme de prestação de contas, no Pró-Esporte e até na Lei Pelé. Nós estamos levantando e vamos fazer uma força-tarefa para ao menos solucionar esse grande problema, pois não há análise da prestação de contas”, indicou.
Em entrevista ao programa Esfera Pública, João Derly também defendeu maior integração do esporte com demais setores da sociedade, principalmente com a segurança pública, tendo em vista a formação de caráter que ele promove.
“Os valores que ele dá são maiores que qualquer título. Já estamos levantando os locais e cidades onde há índice de criminalidade bem alto para trabalharmos na questão da prevenção”, frisou o político, que admite ainda não saber como essa parceria pode se desenvolver.
Ele destacou a iniciativa do governador Eduardo Leite de fazer uma separação das pastas de Esporte, Lazer e Cultura, unificadas pelo antecessor, José Ivo Sartori. Para Derly, que ganhou fama enquanto atleta, “ficou claro que o esporte ficou bem sufocado diante dos outros aspectos”.
Derly defendeu também o ensino de esporte desde as séries iniciais das escolas públicas, enunciando que “é um interesse aumentar a integração”. “Uma potência olímpica não é só resultado de quatro em quatro anos, mas também diz respeito à massificação do esporte na juventude”. Conforme o Conselho Federal de Educação Física lhe garantiu que há efetivo no Brasil inteiro para cobrir todo o sistema público desde a iniciação. “Poucos lugares aplicam a obrigatoriedade da educação física. Em torno de 46% das escolas do país não possuem uma quadra esportiva”, apontou.
Além disso, Derly explicou que a infância é um período importante para se estimular a prática desportiva, independente da modalidade. “Se falamos em educação integral, temos que falar também da educação do corpo. Não ter nas séries iniciais é um problema porque é o principal momento do desenvolvimento motor e para pegar a técnica. Claro que nem todos serão campeões olímpicos ou seguirão”, concluiu Derly, O ex-judoca se tornou o primeiro brasileiro bicampeão mundial na modalidade.
*Com informações de Lucas Rivas