Empossado na quinta-feira passada, o sociólogo e ex-presidente municipal do PP Tarso Boelter pediu afastamento, na tarde desta segunda-feira, do cargo de diretor-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre. Alvo de indiciamento da Polícia Civil, por envolvimento em desvios de recursos do extinto Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Boelter justificou, em ofício encaminhado à presidência da Câmara o pedido de desligamento. “Venho através deste Ofício, em caráter irrevogável, solicitar o meu afastamento da Direção Geral desde Legislativo, em função de notícias veiculadas na imprensa no dia de hoje”, assinalou.
A presidente do Legislativo da Capital, vereadora Mônica Leal (PP), que tomou posse também na quinta-feira, conversou com o diretor-geral na tarde de hoje. Na oportunidade, Mônica argumentou a necessidade de afastamento dele. Mônica garantiu, em entrevista para o Esfera Pública, ter ficado sabendo do indiciamento pela imprensa, e demonstrou surpresa.
Em dezembro, antes de tomar posse, Tarso Boelter havia sido indiciado pela Polícia por corrupção passiva e organização criminosa, ao lado de outras oito pessoas, por desvios no DEP. Ex-diretor do órgão, ele ficou à frente do Departamento por três anos.
Conforme o delegado Max Otto Ritter, entre 2015 e 2016, a Prefeitura firmou contratos com empresas para prestação de serviços de hidrojateamento e sucção de redes pluviais. Nesse período, foram fechados negócios de cerca de R$ 1,1 milhão, onde 30% eram desviados ou revertidos em propina. Além de Tarso Boelter, também foram indiciados Francisco Mello, ex-diretor do DEP, três servidores, dois empresários e outros dois funcionários das contratadas pelo órgão.
O Ministério Público deve se manifestar em duas semanas sobre oferecimento ou não de denúncia.