Eunício: não há “herança maldita” nem “pautas-bombas”

Para o presidente do Senado, Bolsonaro vai enfrentar menos dificuldades do que Temer

Presidente do Senado acredita que regulação deve contribuir para acabar com greve dos caminhoneiros | Foto: Jonas Pereira / Agência Senado / CP

Em tom diplomático, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), negou hoje, durante a cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que o Congresso aprovou “pautas-bombas” ou deixou uma “herança maldita” para a gestão que entra. Segundo ele, em cooperação com o governo Michel Temer foram aprovadas medidas essenciais para o equilíbrio do país.

“Aqui, nesta Casa, neste Congresso, não houve pauta-bomba nem deixou-se qualquer herança maldita. Houve, sim, muito trabalho para avançar na pauta que era necessária ao país”, ressaltou o presidente do Senado.

A expressão “pauta-bomba” se refere a eventuais propostas aprovadas na Câmara e no Senado e que divergem dos interesses do governo federal, em geral pelo fato de gerarem mais despesas para a União.

Eunício sugeriu a Bolsonaro que sustente o governo no diálogo e na paciência, assim como no respeito à autonomia e independência entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. “Com trabalho, diálogo, paciência e perseverança, tenho certeza Vossa Excelência triunfará como presidente de todos os brasileiros”, afirmou.

Para o presidente do Senado, Bolsonaro vai enfrentar menos dificuldades do que Temer. “Este Congresso não faltará a Vossa Excelência, não faltará ao Brasil, como também não faltou na legislatura que se encerra dentro de um mês”, disse Eunício. “O governo de Vossa Excelência certamente enfrentará um pouco menos de dificuldades graças a importantes matérias aqui votadas.”

Eunício ressaltou a importância da cooperação entre o governo Temer e o Congresso Nacional para garantir a aprovação da chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) de Gastos. Segundo ele, a medida assegurou o equilíbrio do Orçamento Geral da União. “Esses Poderes [Executivo, Judiciário e Legislativo] independentes e harmônicos deverão trabalhar, juntos, para o bem deste país”, destacou.