O presidente da Argentina, Mauricio Macri, só vai se encontrar com Jair Bolsonaro no próximo dia 16 de janeiro, duas semanas depois que ele assumir a Presidência do Brasil. Macri está de férias com a família na Patagônia, preparando-se para enfrentar um ano difícil, em que vai ter de zerar o déficit fiscal, reduzir a inflação anual de quase 45% e tentar se reeleger para um segundo mandato.
Na posse de Bolsonaro, amanhã, a Argentina vai ser representada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie.
Bolsonaro é o terceiro presidente brasileiro desde dezembro de 2015, quando Macri assumiu a presidência, com a promessa de recuperar a economia. Mas isso depende, em boa parte, do desempenho do Brasil, “sócio estratégico” e maior parceiro comercial da Argentina. Tanto Macri, quanto Faurie já deixaram claro que, para os argentinos, são fundamentais a estabilidade politica e o crescimento econômico no país vizinho.
Venezuela
A crise migratória venezuelana é um dos temas que preocupa tanto o Brasil quanto a Argentina. Anos de desabastecimento, uma hiperinflação de um milhão por cento, e o avanço do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, sobre as demais instituições democráticas, já expulsaram três milhões de pessoas do país, que ainda é dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Reeleito em maio, numa votação questionada pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, Maduro assume o segundo mandato em 10 de janeiro.
Outro tema que interessa a ambos é o futuro do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai. O que está em discussão é uma forma de manter o bloco regional, mas encontrar uma fórmula que facilite a abertura dos mercados a outros países.