Bebianno critica decisão do Supremo que liberou reajuste a servidores

Para o futuro secretário-geral da Presidência, equilibrar contas é o maior desafio a partir de janeiro

Foto: Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

O futuro secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, disse hoje que o equilíbrio das contas públicas é a missão mais difícil da equipe que vai assumir o governo em 1º de janeiro. Ele lamentou a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o aumento para servidores públicos em 2019. A estimativa é de que o reajuste gere impacto de R$ 4,7 milhões. Ele beneficia servidores de carreiras jurídicas e médicas, bem como diplomatas, especialistas do Banco Central e funcionários da Receita Federal, por exemplo.

“Vamos começar com um desequilíbrio maior por causa disso. Mas é parte do jogo”, afirmou Bebianno, que passou a manhã em reuniões com a equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Bebianno criticou a “cultura” de concessão de aumentos sem considerar o equilíbrio das contas e afirmou que o futuro governo vai ter de adotar “medidas antipáticas” em decorrência de algumas decisões já consolidadas, como a de Lewandowski. “É muito ruim. Temos certeza [de] que o ministro Lewandowski deve saber disso.”

Questionado sobre a primeira reunião ministerial, conduzida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, ontem, Bebianno disse que cada futuro ministro apresentou brevemente as diretrizes da pasta. O primeiro escalão recebeu uma orientação precisa: todas as metas devem colocar o “cidadão em primeiro lugar”. “A máquina pública existe em função do cidadão e, não o contrário”, afirmou.

Segundo Bebianno, muitos processos hoje são conduzidos sem preocupação com o interesse da população. Ele ponderou que não é possível paralisar a máquina pública, mas disse que a meta número 1 do futuro governo “é a melhora dos serviços públicos para a população”.