MP cumpre mandados em gabinete de deputado do PDT

Presidente da Assembleia disse que ação do Gaeco chocou parlamentares e lembrou que dois foram cassados na legislatura atual

Foto: Lucas Rivas

O Ministério Público cumpriu, nesta quarta-feira, nove mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado Edu Olivera (PDT) na Assembleia Legislativa. O deputado é suspeito de manter funcionários fantasmas e de fraudar pedidos de diárias de viagem. Também é investigada a prática de concussão (exigir vantagem indevida em função do cargo ocupado). O MP suspeita que parte dos salários dos funcionários de gabinete tenha sido usada pelo trabalhista para financiar a campanha à reeleição. Olivera acabou não se reelegendo.

Além dos mandados, foram cumpridas ações em uma residência e em sítios do parlamentar em Porto Alegre, Eldorado do Sul, Santana do Livramento, São Leopoldo e Arroio dos Ratos. A ofensiva ocorreu das 10h às 15h.

O MP revelou estar investigando os crimes de peculato, concussão, falsidade documental, lavagem de dinheiro e atos correlatos de improbidade administrativa. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) coordenou a ofensiva.

Documentos foram levados pelos agentes. Além disso, computadores foram apreendidos para análise. Integrantes do MP deixaram o local sem falar com a imprensa.

Ciente da operação, o presidente da Casa, deputado Marlon Santos (PDT) disse ter sido comunicado pelo MP sobre o teor das ações. Ele frisou que as razões da ofensiva chocaram o Parlamento e considerou o caso “surreal”. “É surreal porque, depois de tudo o que aconteceu aqui dentro, com dois deputados cassados (na legislatura atual), é algo que choca mesmo. Nós temos que ouvi-lo (deputado), mas com toda certeza esse caso vai parar na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa e do PDT”, ressaltou.

A reportagem ainda não conseguiu contatar o deputado Edu Olivera.