Após a Prefeitura de Porto Alegre ter instaurado sindicância para apurar as causas da perda milionária de recursos para projetos destinados a drenagem na Capital, o prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) reconheceu, nesta segunda-feira, que a atual administração, assim como gestores passados, são responsáveis pelo cancelamento do contrato.
“Sim, há responsabilidade da Prefeitura ao longo de muitos anos, inclusive, nestes dois últimos, na nossa gestão, pelo fato de não termos tentado de forma mais eficiente não perder estes recursos”, admitiu Marchezan, durante entrevista para o Esfera Pública.
A sindicância vai durar 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Inicialmente, o montante divulgado havia sido de R$ 150 milhões, mas o Paço Municipal revelou que os recursos eram de R$ 122 milhões. Erro, ineficiência e boicote de servidores podem ter ocasionado a falha.
“Com certeza foram erros em vários momentos, em vários órgãos internos da Prefeitura, mas com a sindicância a gente vai poder aplicar alguma responsabilização funcional de algum CC, servidor ou secretário, caso haja confirmação”, emendou.
Ainda de forma preliminar, o prefeito Marchezan também revelou que as negociações, talvez possam ser revistas entre a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal. “Pode-se tentar buscar, inclusive, a recuperação (destes valores)”, estimou.
O não avanço do contrato em um período de 12 meses consecutivos motivou a suspensão. Tão logo recebeu a notificação, em 5 de dezembro de 2018, a Prefeitura buscou as informações preliminares e, na quarta-feira, determinou a abertura de investigação interna para apurar as causas e responsabilidades da perda do recurso.
