“Temos que nos comunicar melhor”, defende futura ministra da Agricultura durante Agro Cenário 2019

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Discutir a fundo os rumos do agronegócio brasileiro a partir de 2019, os fatores políticos e econômicos que podem impactá-lo, além das principais tecnologias que devem transformar a produtividade nos campos. Esses foram os objetivos do Agro Cenário 2019 – Cultivando o Progresso da Agricultura Brasileira, evento realizado em Brasília nessa quarta-feira pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), em parceria com a Corteva AgriscienceTM, Divisão Agrícola da DowDuPont.

Presente no encontro, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu o protagonismo do setor durante o próximo governo. “Temos que nos comunicar melhor, aqui no Brasil e lá fora. Não podemos deixar que nos apontem o dedo. Nós temos um Ministério do Meio Ambiente afinado com a Agricultura. Ninguém vai acabar com os licenciamentos ambientais”, ressaltou.

Este foi o primeiro evento da parceria que prevê discussões frequentes no setor. Com isso, a Aprosoja Brasil e a Corteva AgriscienceTM visaram estreitar ainda mais o laço entre indústria e produtores rurais visando o desenvolvimento de soluções alinhadas com a necessidade do campo e pautando discussões importantes.

“Este evento reforça esta parceria ao debater os rumos do agronegócio a partir do ano que vem, quando teremos um novo governo e um congresso nacional reformulados, necessitando adotar e aprovar medidas para fortalecer o setor produtivo rural e aumentar nossa competitividade”, afirmou Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil.

“Mais uma vez, a divulgação recente do PIB relativo ao terceiro trimestre deste ano mostrou que o agronegócio é o forte impulsionador da economia brasileira, além de gerar milhares de empregos. Por isso, é primordial que indústria e produtores assumam um papel de protagonismo na discussão de temas importantes para o agronegócio”, disse Roberto Hun, presidente da Corteva AgriscienceTM, Divisão Agrícola da DowDuPont, para o Brasil e Paraguai.

Durante o Agrocenário 2019, foram conduzidos três painéis de discussão. O primeiro com a participação da futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do diretor do Instituto Pensar Agro, João Henrique Hummel e do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Alceu Moreira. O segundo painel abordou as inovações tecnológicas que podem impactar positivamente a produtividade nos campos brasileiros. Debateram o assunto o pesquisador da Embrapa Alexandre Lima Nepomuceno, a pesquisadora brasileira Sandra Milach, líder de Pesquisa da Corteva Agriscience nos Estados Unidos, Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura Luis Rangel, e o pesquisador Luiz Carlos Federizzi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

No painel de inovação, discutiu-se a tecnologia CRISPR, uma técnica de edição genética que permite modificar precisamente uma característica da planta sem interferir nas demais e com genes da própria espécie receptora. “Os desafios da agricultura tropical são imensos: excesso de calor, chuva, seca, pragas, moléstias, entre outros. A sustentabilidade da agricultura brasileira depende do desenvolvimento de soluções tecnológicas que maximizem a produtividade dos cultivos através de genética e manejo superiores”, disse Sandra Milach.

Para o presidente da Aprosoja Brasil, novas tecnologias são essenciais para a produtividade e qualidade dos alimentos. “Cada vez mais o uso de novas tecnologias têm sido importante para o aumento da produtividade no campo e, consequentemente, para a rentabilidade dos produtores agrícolas e redução do preço dos alimentos para a população. Graças à pesquisa, nos últimos 20 anos, a produtividade na produção de grãos cresceu 65% e o país se consolidou como o maior exportador mundial de alimentos”, frisou.

Apesar de ainda não haver um produto comercial desenvolvido com a tecnologia CRISPR, existem diversos exemplos comprovados de aplicação de sua aplicação, entre elas, estão: citros com resistência ao cancro, trigo com baixo conteúdo de glúten, soja com alto teor de óleo tipo linoleico, tomate sem sementes e longa vida, milho e arroz com amido modificado, pepino e nabo com resistência a vírus.

No terceiro painel, o economista Ricardo Amorim abordou o agronegócio no contexto da economia em 2019 juntamente com André Nassar, da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Alexandre Mendonça de Barros, da MB Associados, Ênio Fernandes, da consultoria Terra Agronegócios, e Carlos Alexandre da Costa, membro da equipe de transição de governo.