Ministério Público de Goiás recebe 330 denúncias contra João de Deus

MP gaúcho revela que vai repassar dez casos a Goiânia

Foto: Arquivo/Agência Brasil

O Ministério Público de Goiás recebeu, nos últimos quatro dias, 330 denúncias de abuso sexual contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus. As vítimas disseram ser de Goiás, do Distrito Federal, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Pernambuco, do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul, do Pará e de Santa Catarina. Já o MP gaúcho revelou que vai repassar dez denúncias a Goiânia, depois de tomar o depoimento formal das supostas vítimas, duas delas moradoras de cidades do interior e as demais de Porto Alegre.

Cabe a uma força-tarefa instituída pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, apurar as denúncias, que aumentaram após as acusações contra o médium ganharem repercussão no país e no exterior. Na última segunda-feira, o Ministério Público criou um e-mail ([email protected]) para recebimento de denúncias de vítimas. Os 330 comunicados foram recebidos por esse canal e por telefone.

João de Deus se instalou em Abadiânia (GO) há 42 anos e mantém a Casa Dom Inácio de Loyola, centro de atendimento espiritual onde o médium costuma atender a pessoas doentes. No local, ele abusou sexualmente de mulheres durante atendimentos individuais, segundo as denúncias, que vieram à tona desde a semana passada. O Ministério Público de Goiás pediu ontem a prisão preventiva do médium.

Nesta semana, Torres Neto enviou correspondências aos procuradores-gerais de Justiça dos estados e do Distrito Federal, solicitando que sejam designadas unidades de atendimento para coleta de depoimentos de possíveis vítimas do médium. Eventuais ações penais contra João de Deus vão tramitar na Promotoria de Abadiânia. A força-tarefa do Ministério Pública é integrada por sete pessoas.

No Rio Grande do Sul, supostas vítimas também podem procurar o canal de denúncias ao MP (https://www.mprs.mp.br/atendimento/denuncia/pessoa-fisica/) ou, presencialmente, na Promotoria de Justiça mais próxima (https://www.mprs.mp.br/promotorias/).