Onyx defende apuração técnica em caso de ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Futuro Ministro-Chefe da Casa Civil afirmou que esse é um caminho importante para que tudo se esclareça

Ele também afirmou que há informações desencontradas sobre o assunto | Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), defendeu nesta quarta-feira a apuração técnica das denúncias de movimentações atípicas nas contas de Fabrício José Carlos de Queirozex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Em entrevista à Rádio Guaíba, ele afirmou que  “pela informação que se tem, não há uma investigação em curso”. “Eu acho que um caminho importante para que tudo se esclarecesse seria que alguma apuração existisse. Tenho defendido sempre que a melhor forma de resolver tudo é apurando. E o presidente não teme a verdade, tem uma longa vida pública”, argumentou.

O político gaúcho também sustentou que “setores importantes da imprensa brasileira não aceitaram a vitória de Jair Bolsonaro e, logo após, o resultado se iniciou um processo de terceiro turno eleitoral”, com notícias desencontradas  e palavras tiradas de contexto. “Só para vermos como a coisas são feitas, veículos escrevem que houve uma movimentação de R$ 1,2 milhão. Mas o valor não foi esse, foram R$ 600 mil. Isso não atenua, mas só para entendermos a maldade. Já começa por aí. Tem que ser um número superlativo, porque nos casos que envolveram o governo anterior eram milhões”, disse.

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Lorenzoni ainda destacou um suposto complô da imprensa contra a família do futuro presidente, que foi diplomado na segunda-feira, devido ao “grande volume de dinheiro que foi para as redes de mídia no Brasil durante o governo PT”. “Esses organismos ficaram receosos de que houvesse qualquer outro tipo de conduta, e claro que a de Bolsonaro vai ser completamente diferente. O primeiro grande escândalo do governo petista foi com dinheiro para publicidade, não podemos esquecer isso. Por essa razão, se iniciaram ataques de maneira violenta ao presidente ao longo de toda campanha, mas a população brasileira soube entender tudo que estava acontecendo e fez uma escolha”, completou.

Lorenzoni ainda falou sobre o suposto desrespeito com o resultado das urnas. “É muito triste que as pessoas muitas vezes falem sobre democracia quando escrevem seus artigos, fazem seus comentários, mas não respeitam a vontade das urnas e aí ficam nesse marteladas de tentar achar alguma coisa que possa desgastar o presidente”. Lorenzoni afirmou que tem conversado com ele, e garantiu que Jair Bolsonaro não tem nenhuma ligação com essa questão (as movimentações na conta do ex-motorista do filho). “Além disso, o próprio Eduardo Bolsonaro é o primeiro interessado em esclarecer esse ponto, porque isso é muito importante para qualquer homem ou mulher que tenha vida pública e mais relevante ainda para quem tem uma relação de confiança com seus eleitores. Que apure e se resolva isso”, finalizou.

Notícia “requentada”

Falando sobre as denúncias contra ele de outro recebimento de R$ 100 mil por caixa 2, o ministro afirmou que se trata de uma notícia requentada. “Não tem segunda vez, isso estava lá desde o início, o que tem é um requentar do mesmo assunto. Eu tenho absoluta tranquilidade, nunca temi a verdade, fiz toda minha vida pública sem nenhum processo e vou continuar assim”. Ele ainda destacou a apuração autônoma pedida pela Procuradoria Geral da República antes de um possível inquérito. “Eu estou em paz com Deus e com a minha consciência”, concluiu.

Ne semana passada, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, comentou que, se forem encontradas irregularidades na investigação aberta contra o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o auxiliar do presidente eleito terá de deixar o futuro governo. “Uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investigação”, disse o militar.