MDB já tem quatro nomes para disputar a prefeitura em 2020

Vice-presidente do partido na Capital, Záchia considera que ingresso no governo Marchezan não atrapalha candidatura própria

Foto: José Ernesto / CP Memória

O vice-presidente do MDB de Porto Alegre, Luiz Fernando Záchia, considera que o ingresso do partido na base do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) não atrapalha a pretensão emedebista de lançar candidato próprio na disputa pelo Paço Municipal em 2020. Apesar de as siglas de modo geral ainda estarem se acomodando em função do término das eleições de 2018 e o início de novos mandatos, em janeiro, o MDB na Capital precipitou os debates sobre 2020 e quatro nomes já começaram a receber cotações.

O primeiro é o do ex-vice-prefeito e deputado estadual eleito, Sebastião Melo, que não comenta publicamente o assunto. O que não impede que já tenha começado a levar estocadas de outro postulante a pré-candidato e companheiro de legenda, o presidente da Câmara de Vereadores, Valter Nagelstein. “O Sebastião está assumindo seu mandato como deputado estadual. Então, o que se espera é que ele cumpra o mandato para o qual obteve votação”, dispara Nagelstein.

O vereador também não poupa a colega de bancada, Nádia Gerhard, outra a colocar seu nome a disposição do partido para concorrer à prefeitura em 2020. “A comandante Nádia fez aí alguns movimentos, mas no MDB tem fila. Eu conheço a cidade como poucos, sou vereador há três mandatos, fui duas vezes secretário em secretarias importantes, líder do governo, vice-presidente da Câmara de Vereadores e presidente. Em Porto Alegre, só falta eu ser prefeito”, lista Nagelstein, emendando que se o partido não lhe atender, pode pensar em buscar outra legenda. A vereadora assume a pretensão da corrida ao Paço, mas ressalva que “na política tudo pode mudar em 20 minutos, não dá para fechar portas.” O quarto cotado para a corrida é o atual secretário estadual da Segurança, Cezar Schirmer. Entusiasta da ideia, uma ala do partido tenta convencer Schirmer a trocar seu domicílio eleitoral de Santa Maria para Porto Alegre.

Ciente da corrosão que a disputa antecipada gera na legenda, Záchia diz que o debate é prematuro, mas não se furta a analisar o potencial dos cotados. “O Melo nunca se manifestou sobre isso depois da eleição, mas é evidente que seu nome aparece com muita clareza. O Valter está legitimado, apesar de ter feito uma votação abaixo da esperada para deputado federal, e de existirem outras pessoas que querem. O Schirmer seria um belíssimo nome, mas não tem domicílio eleitoral em Porto Alegre, almocei com ele na semana passada e não falamos deste assunto”, enumera Záchia. Nagelstein obteve 18.105 votos para a Câmara dos Deputados nas eleições de outubro, enquanto Nádia obteve 30.044 para a Assembleia Legislativa. Nenhum dos dois conseguiu se eleger.

Além de todos os nomes para a cabeça de chapa, nos bastidores emedebistas há quem aponte que, a partir do ingresso no governo Marchezan, o MDB possa também optar por outro caminho, e tentar indicar Záchia como vice na tentativa de reeleição do prefeito em 2020. Outra possibilidade é o vice-presidente emedebista disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores.