Prefeitura investiga contaminação de lençol freático com cromo em bairro de Canoas

Área delimitada para precaução abrange desde a BR 116 até a rua Fernando Ferrari, nas ruas Júlio de Castilhos, Garibaldi, Minas Gerais e Alegrete

A contaminação de uma área no bairro Niterói, em Canoas, supostamente por cromo hexavalente, preocupa moradores e autoridades. A prefeitura informou que, depois de notificada pela Secretaria do Meio Ambiente, a empresa suspeita pela contaminação do solo e lençol freático vai arcar com os custos da etapa de investigação detalhada. A meta é identificar a real extensão do dano. Depois disso, o processo de análise de risco verifica a necessidade de remediação. O Executivo informou não estar autorizado a divulgar o nome nem as atividades específicas da empresa. Em altas concentrações na água, o metal pode causar sérios danos à saúde.

A denúncia de possível contaminação chegou ao conhecimento da administração há mais de um ano. A bióloga da pasta Nade Coimbra explica que, desde então, a prefeitura vem tomando as medidas protocolares, previstas em legislação federal. “Desde outubro do ano passado, os agentes da Secretaria de Saúde vêm alertando todos os moradores da região e orientando a comunidade sobre os cuidados preventivos. A contaminação atinge apenas a água subterrânea, ou seja, de poços artesianos. A água encanada, da Corsan, não apresenta contaminação e está apta para consumo”, salienta.

Segundo a bióloga, os danos para a saúde não são imediatos, pois é preciso que haja ingestão cumulativa do metal. Por isso, conforme ela, a prefeitura delimitou uma área maior no bairro, até a confirmação do espaço real contaminado. Os moradores são orientados a não consumir água subterrânea, como a de poços, não cultivar vegetais e árvores frutíferas na área, não executar obra ou escavação na área sem autorização nem deixar que animais consumam a vegetação.

Segundo Nade, as medidas são de precaução até que sejam conhecidos os resultados da investigação. Ela revela que a empresa está em conformidade com a legislação que rege o processo de licença ambiental, que, no momento, encontra-se em processo de renovação. “Durante esse período, a empresa opera seguindo as condicionantes da licença anterior e sua situação é considerada legal. O alvará de funcionamento da empresa também está em conformidade com a legislação municipal, o que garante o exercício das atividades.” A área delimitada para precaução abrange desde a BR 116 até a rua Fernando Ferrari, nas ruas Júlio de Castilhos, Garibaldi, Minas Gerais e Alegrete.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) informou que, após contato feito pela Secretaria de Meio Ambiente de Canoas, orientou sobre os procedimentos a serem tomados relativos à investigação da área potencialmente contaminada com cromo.

Segundo a fundação, com base em informações prévias, o empreendimento possuía licenciamento ambiental municipal. A fundação promete avaliar e monitorar o trecho impactado.