Trabalhadores da saúde suspendem greve em Sapucaia do Sul

Simers vai entrar com pedido de mediação junto ao Ministério do Trabalho, na busca por acordo coletivo, reposição salarial e providências para que atrasos não se repitam

Em assembleia na noite desta quinta-feira, trabalhadores da saúde de Sapucaia do Sul suspenderam a greve prevista para começar às 7h desta sexta-feira. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) informou que os funcionários mantiveram, ainda assim, o estado de greve.

O Simers vai entrar com pedido de mediação junto ao Ministério do Trabalho, na busca por acordo coletivo, reposição salarial e providências quanto a atrasos sistemáticos nos vencimentos e ao que a diretora do Simers, Clarissa Bassin, chamou de terceirização da saúde. “A prefeitura criou a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), o que significa que ela terceirizou a saúde. Essa fundação optou por terceirizar, ao invés de fazer seleção pública. Nós temos uma quarteirização de serviço”, disse a diretora.

Mais cedo a FHGV divulgou, por meio de nota, que quitou o restante da folha de outubro de médicos concursados e prestadores de serviço do Hospital Presidente Vargas. Também foram pagos os salários de quem trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Conforme Clarissa, no entanto, o principal motivo da suspensão é a crise na saúde na região Metropolitana. “Já há restrição em boa parte dos municípios aqui da linha do trem. Os médicos relataram que têm recebido pacientes que não conseguem atendimentos em outros municípios e acabam chegando em Sapucaia”, adverte.

A Fundação informou, também, que pretende pagar a folha de novembro até o dia 14. Isso vai ser possível, conforme a entidade, a partir de uma decisão judicial que bloqueou parte da dívida estadual com a Fundação, no valor de R$ 3,8 milhões – a serem pagos na semana que vem -, e do repasse de mais R$ 600 mil, pela Prefeitura, previsto para segunda-feira.