Damares vai assumir Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; Pasta incorpora Funai

Pastora e advogada disse que vai priorizar atendimento a mulheres "invisíveis" e "anônimas", propôs pacto pela infância e negou que controvérsias em torno da Fundação sejam um problema

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A advogada e pastora Damares Alves vai assumir o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos a partir de janeiro. Ela teve o nome anunciado hoje pelo ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil. Assessora do senador Magno Malta (PR-ES), Damares vai comandar a pasta a ser criada no governo de Jair Bolsonaro.

O novo ministério também vai agregar a Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pela demarcação de terras indígenas e políticas voltadas a esses povos.

Com o anúncio, a equipe ministerial já conta com 21 nomes. Segundo Onyx Lorenzoni, o presidente eleito continua refletindo sobre a escolha para o Ministério do Meio Ambiente, a última pasta a ter o titular definido.

Apoiada por setores evangélicos, Damares Alves afirmou que vai priorizar as políticas públicas para mulheres. Segunda ela, o objetivo é avançar nas metas que ainda não foram alcançadas e propôs um pacto nacional pela infância.

“A pasta é muito grande, muito ampla e agora a gente está trazendo para a pasta a Funai. Nós vamos trazer para o protagonismo políticas públicas que ainda não chegaram até as mulheres, e as mulheres que ainda não foram alcançadas pelas políticas públicas.”

De acordo com Damares Alves, a prioridade vai ser dada á “mulher ribeirinha, à mulher pescadora, à mulher catadora de siri, à quebradora de coco”. “Essas mulheres que estão anônimas e invisíveis, elas virão para o protagonismo nessa pasta. Na questão da infância, vamos dar uma atenção especial, porque está vindo para a pasta também a Secretaria da Infância, e o objetivo é propor para a Nação um grande impacto pela infância, um pacto de verdade pela infância”, disse.

Funai
A futura ministra negou que dificuldades e controvérsias envolvendo a Funai sejam um problema. “Funai não é problema neste governo, índio não é problema. O presidente só estava esperando o melhor lugar para colocar a Funai. E nós entendemos que é o Ministério dos Direitos Humanos, porque índio é gente, e índio precisa ser visto de uma forma como um todo. Índio não é só terra, índio também é gente”, afirmou.

Pela manhã, indígenas de diversas etnias, vinculados à Articulação de Povos Indígenas do Brasil (Apib), estiveram no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e protestaram contra a desvinculação da Funai do Ministério da Justiça.

Os indígenas entregaram uma carta a integrantes do governo de transição. Dois representantes do grupo se reuniram com integrantes do futuro governo.