Alvo de inquérito, deputado Goergen espera que denúncia de caixa 2 se “esclareça logo”

PGR investiga repasses da empresa J&F, proprietária do frigorífico JBS e ligada aos irmãos Joesley e Wesley Batista

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O deputado federal Jerônio Goergen, do PP, afirmou, na tarde de hoje, ao programa Esfera Pública que “espera que seja esclarecida o mais rápido possível” a questão envolvendo suspeita de recebimento de caixa 2 na campanha passada. Ainda na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin autorizou a abertura de um processo para apurar o suposto recebimento de doações de campanha não declaradas envolvendo Goergen e outros parlamentares, como o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, e Alceu Moreira (MDB-RS). A suposta verba ilícita provinha da empresa J&F, proprietária do frigorífico JBS, ligada aos irmãos Joesley e Wesley Batista.

“Eu esperava desde o ano passado”, disse Goergen, relembrando que em maio de 2017 a delação de Joesley Batista trouxe à tona uma série de irregularidades, entre elas verbas de caixa 2 repassadas a partidos e parlamentares. O deputado reforça que recebeu verba via partido, mas que a transação ocorreu entre a sigla e a empresa, sem irregularidades: “as contas foram aprovadas, eu estou tranquilo quanto a isso”, disse.

Mencionou que, em outro momento, no início do mandato, também foi alvo de suspeitas de irregularidade, mas que a correção das ações foi comprovada perante a Justiça. “Pra mim é importante, porque vai comprovar que não existe irregularidade nessa contabilidade. Confesso que durante a campanha foi duro, pois havia pessoas que falavam isso na rede social, e a justiça não verificou. Então para mim é tudo muito tranquilo, e espero que tenha celeridade.”

Sobre as doações que o partido recebeu, reforçou que a nova lei eleitoral impede esse tipo de repasses, mas que, até então, não era ilegal. Sobre a atual forma de repasse de verbas de campanha, falou que o recado das urnas foi claro: “as campanhas com estrutura, elas não tiveram resultado. Isso não funcionou. As redes sociais foram muito mais eficazes, com custos baixíssimos”, comparou.

Por fim, Goergen disse que ainda não sabe como vai ser a movimentação para a escolha da nova presidência da Câmara, e que ainda não há nada consolidado. Mencionou, entretanto, que deve haver o fortalecimento de um bloco para garantir a permanência de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no cargo. Além disso, reforçou que deve ocorrer um movimento para buscar afastar Maia dos partidos mais à esquerda.