Acusados de matar casal de Santa Catarina vão a júri hoje, em Canoas

Na ocasião, o casal foi encontrado carbonizado dentro de um carro

Os três acusados de matar Paulo César Raichaski e sua esposa, Solange de Lima Vargas, vão a júri popular nesta quarta-feira, às 9h30, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A sessão de julgamento será presidida pela Juíza de Direito Betina Mühle de Constantino, da 1ª Vara Criminal da Comarca local. As vítimas residiam em Içara, Santa Catarina.

O crime aconteceu em 26 de agosto de 2015. Na ocasião, o casal foi encontrado carbonizado dentro de um carro, em Canoas. Os réus são João Marcelo Dias, Diego Ribeiro e Everton Machado de Borba. Eles são enquadrados por duplo homicídio qualificado (mediante promessa de recompensa, meio cruel e uso de recurso que dificulte a defesa) e associação criminosa. João Marcelo ainda responderá por receptação de objeto roubado, e Diego, por extorsão (crimes conexos).

Na denúncia original do Ministério Público (MP), foram ainda indicados outros três participantes. Wladimir Luciano de Jesus Israel Zeferino – considerado o principal articulador do crime, mas que morreu no decorrer da instrução do processo -, Rodrigo Schlichting de Ávila, também falecido no curso do processo, e Evandro Francisco Padilha, foragido desde a época do fato.

O crime

Conforme a acusação do MP, as negociações entre Wladimir e Paulo César, pela compra de uma casa, foi a motivação do crime. Wladimir queria pagar utilizar um carro para pagar parte do valor, mas a vítima, que era corretor de imóveis, não aceitou a condição.

Wladimir então sugeriu a Paulo Cesar que fosse a São Leopoldo para fecharem contrato. Alegando problemas com o carro, o suposto comprador pediu que a vítima fosse buscá-lo em casa para, então, irem ao tabelionato. No local do encontro, o casal – Solange acompanhara o marido na viagem – foi neutralizado, espancado, roubado e mantido preso por algumas horas. Levadas a Canoas, as vítimas foram colocadas dentro de um carro para serem queimadas. A necropsia identificou a carbonização como causa da morte.

Rodrigo era apontado como ajudante direto de Wladimir na preparação dos crimes, inclusive recrutando os demais envolvidos, que seriam recompensados com dinheiro. A sentença de pronúncia, decisão que manda os réus a júri popular, é de junho de 2017, assinada pela Juíza de Direito Eda Salete Zanatta de Miranda.