Moro garante, em Madri, que Bolsonaro não representa ameaça à democracia

Ex-juiz também acrescentou que não planeja ser candidato à Presidência da República

Foto: Divulgação/TRF4

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou hoje que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não representa um risco para a democracia e o Estado de Direito no Brasil. Ele participou de um fórum da Fundação Internacional para a Liberdade (FIL), em Madri, e disse que não vê “um risco de autoritarismo ou contra a democracia” em Bolsonaro.

Ao discursar no fórum, presidido pelo escritor Mario Vargas Llosa, Moro disse que também não vê a possibilidade de o novo governo aprovar medidas que “discriminem as minorias”. Moro afirmou que o resultado da eleição presidencial é o profundo impacto da indignação causada pela “corrupção sistemática” descoberta nos últimos anos.

O futuro ministro detalhou a atuação da Justiça nos casos de corrupção dos últimos anos, especialmente a Operação Lava Jato, que revelou as irregularidades na Petrobras, e ressaltou que “ninguém foi condenado por suas ideias políticas”.

Moro disse que aceitou a proposta de Bolsonaro para ser ministro da Justiça porque é preciso dar uma “resposta institucional” fora dos tribunais para problemas como a corrupção, o crime organizado e a violência, através de “um endurecimento” da legislação. Ele também acrescentou que não planeja ser candidato à Presidência da República.

Ao apresentar Moro, Vargas Llosa afirmou que o ex-juiz é “exemplo da revolução silenciosa” dos brasileiros opostos à corrupção institucionalizada no país. O escritor e ensaísta lembrou que se fala que a eleição de Bolsonaro representa a chegada da extrema-direita e do fascismo ao poder, e reconheceu que ele tende a “desconfiar” desses rótulos.