Bolsonaro descarta prorrogar intervenção federal no Rio

Presidente eleito reiterou que só vai permitir que forças federais atuem na segurança pública se houver garantias que dificultem que agentes sejam processados por mortes em ações

O presidente eleito Jair Bolsonaro participa da formatura e diplomação de militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Vila Militar em Deodoro, no Rio de Janeiro.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje que não vai prorrogar a intervenção federal no Rio de Janeiro. “Eu assumindo, não a prorrogarei”, enfatizou, após participar da formatura de sargentos da Aeronáutica em Guaratinguetá, interior paulista. Como já havia adiantado ontem, Bolsonaro reiterou que só vai permitir que forças federais continuem a atuar na segurança pública se houver garantias que dificultem que esses agentes sejam processados por mortes em ações.

Conforme o decreto em vigor, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro deve se encerrar em dezembro. Uma eventual prorrogação depende de um novo decreto a ser assinado por Bolsonaro após a posse.

“Eu quero uma retaguarda jurídica para as pessoas que fazem a segurança em nosso Brasil. Não posso admitir que os integrantes das Forças Armadas, da Polícia Federal, depois do cumprimento da missão respondam a um processo”, acrescentou ao dizer que só vai dar suporte federal dentro da previsão da Garantia da Lei e da Ordem, com apreciação do Congresso Nacional.

Mais tarde, em uma entrevista a emissoras católicas na sede de Canção Nova, Bolsonaro detalhou o que pensa sobre o assunto. “O que é a retaguarda jurídica? É a certeza que o homem que tem uma arma à sua disposição, caso seja obrigado a utilizá-la, no final da missão ele tenha a paz e a tranquilidade que não será submetido a uma auditoria ou tribunal do juri”, disse, ao ser perguntado sobre o tema.

O presidente eleito destacou que a segurança vai ser um dos temas caros ao governo. “A segurança indo bem, o Brasil vai bem nos demais setores: economia, turismo, entre outros. E o que nós temos que fazer é uma legislação que iniba realmente as pessoas de cometer crime”, acrescentou.