O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou hoje, em Brasília, que a articulação política do governo, especialmente com o Congresso Nacional, vai ser comandada pelo futuro chefe da Casa Civil, o deputado federal gaúcho Onyx Lorenzoni. Ele deve ser auxiliado nessa tarefa pelo general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, anunciado ontem como secretário de Governo. Segundo Bolsonaro, Onyx está montando um time de ex-parlamentares para assessorá-lo na articulação com o Parlamento, mas destacou que essa é uma responsabilidade de todos os integrantes do governo.
“O Onyx tá com rascunho final, montando ali um grupo de ex-parlamentares para agir nessa área, ou seja, o contato diretamente com o Parlamento. Tive agora há pouco uma reunião com parte da bancada evangélica, que eles torcem e vão fazer o possível para que o nosso governo tenha sucesso, ou seja, não estamos negociando com partidos, mas com bancadas e dessa forma estamos atingindo todo o Parlamento. Eu vou conversar com parlamentar também, todo mundo vai conversar, vai buscar a solução para os problemas do Brasil. […]”, informou.
Questionado sobre a capacidade do general Santos Cruz em atuar na articulação política com o Legislativo, Bolsonaro elogiou a trajetória do indicado e assegurou que ele vai se sair bem na tarefa. “É uma pessoa que vocês vão se surpreender no trato com parlamentares da parte dele”.
Bolsonaro voltou a defender o modelo de articulação com bancadas temáticas no Congresso e disse que esse é o modelo possível na atual conjuntura do país. “O modelo que vigora ainda, ministérios por votos, não deu certo. Mergulhou o Brasil numa ineficiência e mergulhou numa corrupção. Os parlamentares não querem mais isso […]”, disse.
Formação da equipe
De acordo com o presidente eleito, o primeiro escalão do governo vai ter, no máximo, 20 pastas. O aumento em relação a previsão inicial de 15 a 17 ministérios se deu pela necessidade de redimensionar atribuições, para não sobrecarregar alguns ministros, segundo Bolsonaro.
Ele também prometeu criar uma pasta única para aglutinar as políticas sociais. “Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso, mulher, igualdade racial”, informou. A indicação para o Ministério do Meio Ambiente pode ser anunciada amanhã, de acordo com o presidente, que disse analisar ainda dois nomes para o cargo.
Bolsonaro também confirmou que pretende contar com um porta-voz para o governo. Sobre a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o presidente eleito disse que vai ser “um quadradinho” vinculado diretamente à Presidência da República e admitiu que um dos cotados para o cargo é o general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto, mas ainda indefinido.