Bolsonaro fala que pode ser operado em 20 de janeiro

Presidente eleito admitiu que desobedeceu os médicos e que não pode fazer esforço

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse neste sábado que, se tudo der certo, pode ser submetido a uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia em 20 de janeiro de 2019, após a posse na Presidência.

Mas, segundo ele, a intervenção cirúrgica ainda depende de uma avaliação médica e da recuperação de uma inflamação detectada no peritônio, membrana que fica entre os órgãos digestivos e a parede do abdome.

Nessa sexta-feira, ele esteve com médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para exames. O laudo apontou infecção, o que provocou o adiamento da cirurgia, prevista de início para 12 de dezembro.

Bolsonaro afirmou ainda a jornalistas neste sábado, depois de participar de uma cerimônia militar na zona oeste do Rio de Janeiro, que volta ao Albert Einstein em 19 de janeiro para uma nova avaliação.

Ele disse que, se estiver bem, pode ser operado no dia seguinte.

“Fiz uma nova avaliação, a recomendação, ou melhor, a decisão do doutor Macedo (médico) foi marcar dia 19 de janeiro para eu comparecer novamente em São Paulo, e se estiver em condições, dado o grave caso de infecção ainda, eu opero dia 20, do contrário, será novamente adiado”, disse ele.

Bolsonaro admitiu que, às vezes, abusa e desobedece a orientação dos médicos, e que continua proibido de fazer esforço prolongado.

Em setembro, Bolsonaro sofreu um ataque a faca durante evento da campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG) e passou pela colostomia, carregando junto ao corpo desde então uma bolsa que liga trechos do intestino.

A cirurgia de reversão visa retirar essa bolsa e reconectar o intestino do presidente eleito.

Vice-presidente
Na ausência do presidente, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), pode assumir o posto pela primeira vez. Geralmente, a chefia do Executivo é transferida seguindo a linha sucessória nos casos de viagem para o exterior do titular do cargo, mas como Bolsonaro vai ficar alguns dias hospitalizado, Mourão tende a substituí-lo durante o período. De acordo com a Constituição Federal, cabe ao vice-presidente exercer a tarefa “no caso de impedimento” do presidente ou atuar em missões especiais, convocado por ele.

A diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi adiantada para o próximo dia 10 de dezembro em comum acordo, justamente devido à previsão inicial de cirurgia no dia 12.