Bolsonaro elogia Mandetta e Wagner Rosário, ministros anunciados hoje

Para o presidente eleito, primeiros 200 médicos cubanos que deixaram o Brasil eram "militantes e agentes" do país caribenho

| Foto: Reprodução / RecordTV / CP

No dia em que confirmou os nomes de mais dois ministros do futuro governo, o presidente eleito Jair Bolsonaro destacou as qualidades de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que vai assumir o Ministério da Saúde, e Wagner Rosário, mantido na Controladoria Geral da União (CGU). Segundo ele, Mandetta teve o nome indicado pela bancada da saúde na Câmara e recebeu a chancela de entidades médicas e da Associação das Casas de Saúde.

Investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois durante a gestão como secretário de Saúde em Campo Grande (MS), Mandetta negou hoje as irregularidades. Bolsonaro acrescentou que o processo não avançou. Segundo ele, se confirmada alguma irregularidade, o ministro não vai ser mantido no cargo.

“Tem uma acusação que pesa contra ele de 2009, se não me engano. Não deu nenhum passo esse processo ainda, [ele] não é réu ainda. O que está acertado entre nós? Qualquer denúncia, acusação que seja robusta não fará parte do nosso governo”, disse o presidente eleito durante visita ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Sobre a manutenção de Wagner Rosário na CGU, Bolsonaro disse que, além de contar com o apoio do setor, pesou na escolha a autoridade dele para conversar com diferentes segmentos da sociedade. Em relação às demais escolhas de nomes, o presidente eleito disse que está ouvindo as bancadas partidárias da futura base. Porém, com Mandetta, o Democratas passa a ter três ministérios – Saúde, Casa Civil, ocupado por Onyx Lorenzoni, e Agricultura, com Tereza Cristina.

Mais Médicos
O presidente eleito reiterou as críticas à forma de contratação dos profissionais cubanos para o Programa Mais Médicos. Ele disse que mantém o ponto de vista que tinha desde 2013 quando o então governo Dilma Rousseff encaminhou a medida provisória (MP) criando o programa.

“Há 5 anos quando a MP do Mais Médicos chegou na Câmara eu vinha criticando o fato de não poder trazer a família pra cá. Isso é desumano, a questão do salário e a questão também de não ter uma comprovação mínima que seja se são médicos ou não. Isso vai ser normalizado. Agora, os primeiros 200 que saíram, no meu entendimento, são militares e agentes cubanos que estavam aqui dentro”, opinou.

Convite da China
Na semana passada, a Embaixada da China, em nome do Partido Comunista chinês, enviou uma carta-convite para os parlamentares eleitos pelo PSL na Câmara. O convite é para uma visita ao país com despesas pagas, incluindo passagens, alimentação e hospedagem.

Questionado sobre o convite, o presidente eleito afirmou que a decisão cabe ao presidente da legenda, Luciano Bivar. “São 46 deputados novos, não têm passaporte. São pobres, muitos deles, não têm como se deslocar de lá pra cá. Isso está a cargo do presidente do partido, Luciano Bivar, decidir se o pessoal vai à China ou não.”

Visita ao TCU
No TCU, Bolsonaro se reuniu com o presidente do tribunal, Raimundo Carreiro, além de ministros e procuradores da instituição. Durante o encontro, recebeu o documento TCU e o Desenvolvimento Nacional-Contribuições para a Administração Pública. Depois da reunião, ele disse que espera que o tribunal se antecipe a problemas.

“O TCU é o órgão que julga as contas do presidente, que fiscaliza, mas é muito importante também eles terem a capacidade e a boa vontade também de se antecipar a problemas. Então qualquer coisa um pouco complicada, seja uma licitação ou o que for, poderão mandar técnicos e eles estarão abertos para que esse processo licitatório seja bem conduzido”.