Seleção para o Mais Médicos vai ter limitador de vagas por município

Objetivo é evitar que cidades tenham muita procura e outras fiquem sem interessados em número suficiente

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou nesta segunda-feira que o edital para a convocação de profissionais que vão substituir os cubanos no programa Mais Médicos vai ter regras diferentes. Para garantir a transferência de médicos para as cidades onde os profissionais de Cuba atendem, o governo vai criar um limitador de vagas para cada município.

O anúncio ocorreu durante encontro do presidente Michel Temer com prefeitos na sede da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em Brasília, ocasião em que Occhi assinou uma norma permitindo a liberação do edital, a ser publicado amanhã no Diário Oficial da União.

Ao todo, o edital vai disponibilizar 8,5 mil vagas a serem oferecidas a todos os médicos que tenham CRM, brasileiros ou estrangeiros formados no Brasil.

A partir de quarta-feira, os médicos brasileiros interessados em suprir as vagas deixadas pelos cubanos poderão se inscrever para a seleção. Caso o número de médicos de um município seja preenchido, ele não vai poder mais ser escolhido pelos concorrentes ao cargo, como ocorria antes.

O objetivo é evitar que cidades tenham muita procura e outras fiquem sem interessados em número suficiente. De acordo com a CNM, entre os mais de 1,5 mil municípios com somente médicos cubanos no programa, 80% são bem pequenos, com menos de 20 mil habitantes, correm o risco de sofrer com desassistência básica de saúde.

Segundo o ministro Gilberto Occhi, há 17 mil médicos brasileiros aguardando a divulgação desses editais. Occhi anunciou ainda que o governo estuda uma “forma mais ágil e mais rápida para implantação de um novo Revalida, para que médicos brasileiros formados no exterior possam exercer a sua profissão com segurança”.

O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida) reconhece os diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem trabalhar no Brasil. O exame é feito tanto por estrangeiros quanto por brasileiros que se graduaram em outro país e querem exercer a profissão.