O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse nesta segunda-feira que o governo brasileiro não vai arcar com os custos de logística e transporte da saída dos mais de 8 mil médicos cubanos que atendem hoje no país.
“Pelo acordo, todos eles teriam direito ao retorno, a passagens, a férias e tudo o mais. Agora, como essa decisão partiu unilateralmente do governo cubano, que comunicou a Opas [Organização Pan-americana de Saúde}, que nos comunicou, essa despesa toda é do governo cubano”, disse, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira sobre o novo edital do programa Mais Médicos. Segundo Occhi, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o governo federal não vão participar do processo de saída dos médicos cubano, o que, segundo ministro, cabe ao governo de Cuba.
“Os cubanos já estão deixando o país. Aqueles que já estavam em férias ou de licença já não voltarão mais. Então, é gradativa essa saída. Essa é uma decisão do governo cubano, não é uma decisão brasileira, e por isso o Brasil não arcará com nenhum tipo de despesa com relação a transporte e logística de saída dos médicos cubanos”, disse.
Saída de Cuba
Na semana passada, o Ministério da Saúde recebeu um comunicado da Opas informando que o governo cubano vai deixar de participar do programa Mais Médicos. A justificativa do governo de Cuba é que as exigências feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, são “inaceitáveis”, além de “violarem” acordos anteriores.
No Twitter, Bolsonaro disse que a permanência dos cubanos no programa fica condicionada, a partir de janeiro, à realização do Revalida (exame de revalidação do diploma) pelos profissionais, a garantia de que recebam o salário integral pelo trabalho – atualmente 70% do salário vai para o governo cubano – e que tenham a liberdade de trazer as famílias para o Brasil. As condições não foram aceitas por Cuba.