O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai a Brasília na próxima terça-feira com uma agenda de encontros institucionais, conforme a assessoria da equipe de transição de governo. Na mesa, a reforma da Previdência deve ser um dos assuntos, apesar de alguns parlamentares já darem como certa a impossibilidade de o texto ser aprovado ainda este ano.
De acordo com o cronograma divulgado, Bolsonaro decola do Aeroporto do Galeão às 7h, com previsão de chegada na capital federal às 8h30min. Ainda pela manhã, acontece uma reunião com o presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB), às 9h, e logo depois com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), às 9h30min.
A agenda da tarde prevê três audiências. A primeira, prevista para 13h, com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber. Na sequência, às 14h30min, Bolsonaro vai ser recebido pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Batista Brito Pereira. A última atividade prevista, às 16h, é uma reunião com o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro José Coelho Ferreira.
A agenda de quarta-feira não foi divulgada pela equipe de transição. Não há confirmação se ele retorna ao Rio de Janeiro ou se vai ter novos compromissos em Brasília.
Pauta econômica
Outras pautas econômicas, que estão sendo discutidas no gabinete de transição sob o comando de Paulo Guedes, indicado para o Ministério da Economia do futuro governo, podem ser objeto de negociações entre o presidente eleito e os chefes do Legislativo.
Após a aprovação de um reajuste de 16% no salário de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Eunício Oliveira negou que o Senado esteja votando “pautas bomba” que possam afetar a condução econômica do próximo governo. Ele se encontrou com Bolsonaro na última terça-feira, durante a sessão de homenagem aos 30 anos da Constituição, ocasião em que se dispôs a conversar com ele e Paulo Guedes.
“É natural que a gente possa discutir matérias, pautas e o Orçamento para o próximo ano. Como temos uma mudança de gestor em nível nacional, o novo presidente tem a liberdade de falar comigo a hora e o dia que quiser para discutir adaptações no Orçamento. Mas eu não posso deixar de aprová-lo, porque isso é um mandamento constitucional. Estou aberto para discutir qualquer matéria. Se houver o convencimento de que alguma matéria criará problemas para o Brasil, ela poderá não ter o meu apoio”, disse.
Nessa semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a aprovação da reforma, apesar de reconhecer as dificuldades de o tema avançar ainda este ano. Sem entrar em detalhes sobre possíveis negociações que lideranças do Congresso já venham fazendo com o entorno de Bolsonaro, Maia disse que as reformas econômicas são “decisivas” em um “novo ciclo da política” após as eleições, em que o cidadão exige o fim dos privilégios.
“Alguns membros do novo governo já disseram isso [da dificuldade de votar a reforma da Previdência neste ano]. Não me parece uma tarefa simples para esse momento, mas a política precisa entender que há uma urgência, porque precisamos organizar as despesas públicas”, afirmou.