O presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), usou as redes sociais para reafirmar a posição de independência do partido em relação ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. “O partido não está conversando e não vai conversar com o novo governo sobre cargos”, disse Jucá no Twitter. E completou: “O MDB vai se posicionar pela democracia e pelas liberdades individuais e coletivas”.
Nesta quarta-feira, o MDB lançou o documento O Caminho do Futuro, com um balanço das medidas tomadas pelo governo do presidente Michel Temer, criticando o PT e apontando estratégias de desenvolvimento para o país. O documento sustenta que “a economia brasileira hoje é muito diferente da que encontramos em 2016”, quando Temer assumiu o Palácio do Planalto.
De acordo com o documento, após o país ter superado a recessão de 2017, a expectativa é de que em 2018 o crescimento fique em torno de 1,4%, “ainda muito abaixo do atual potencial da economia”. Para 2019, o MDB projeta um crescimento superior a 2,5% e, para isso, salienta que o Brasil conta hoje com inflação e juros baixos, além de um plano de ajuste fiscal.
A principal tarefa do país, segundo o MDB, é recuperar os postos de trabalho perdidos e criar novos empregos para os jovens que estão entrando no mercado. O texto enfatiza também que o governo atual tomou medidas para gerar empregos, através da reforma trabalhista.
O Caminho do Futuro cita ainda a necessidade de aprovação da reforma da Previdência e da redução dos custos com o funcionalismo público, sob o argumento de que as despesas obrigatórias correspondem a 75% dos gastos da União.
Para o MDB, o governo Temer evitou “o abismo para onde caminhávamos” e iniciou a reversão da trajetória da economia. “Este é um legado que pertence à nação e que não pode ser desperdiçado. Não fomos tão longe quanto pretendíamos”, reconhece o documento, citando como obstáculos a desorganização do sistema político e algumas intervenções do Judiciário.
Ao avaliar as eleições de outubro, o MDB critica o antigo aliado: “O resultado das eleições mostrou que a sociedade rejeitou quem se propôs a retroceder e fazer o caminho de volta ao passado. Foi, entre outras coisas, um claro veredicto sobre as políticas econômicas da era PT”.
Segundo Jucá, o documento reitera a posição de independência do MDB em relação ao novo governo. “Isso não é neutralidade, mas defender o que acreditamos”, argumentou o senador, que não se reelegeu.
Jucá disse ainda que o MDB, como maior bancada no Senado, vai trabalhar para eleger o futuro presidente da Casa. “Não seremos caudatário de ninguém”, afirmou. Segundo Jucá, o nome do candidato vai ser definido em meados de janeiro.